Inteligência turca removeu à força 80 pessoas de 18 países
A Organização Nacional de Inteligência (MIT) da Turquia removeu à força 80 cidadãos turcos de 18 países até agora por suas supostas ligações com o Movimento Gulen, disse o vice Primeiro-Ministro Bekir Bozdag na quinta-feira.
De acordo com uma reportagem do Hurriyet Daily News, os comentários de Bozdag em uma entrevista na televisão com a emissora privada Haberturk TV aconteceram em meio a tensões entre a Turquia e Kosovo devido à remoção à força da semana passada de seis homens turcos do país.
“A MIT desferiu um importante golpe contra a FETO através de sua operação fora do país. O incidente em Kosovo foi um grande sucesso,” disse Bozdag.
“FETO” é um termo derrogatório cunhado pelo governante Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) liderado pelo presidente turco Recep Tayyip Erdogan para se referir ao Movimento Gulen.
Apesar de que Bozdag não deu o nome dos países onde as operações da MIT foram conduzidas contra supostos seguidores do Movimento, existem relatos de que remoções à força foram realizadas em cooperação com países que incluem a Malásia, Kosovo, Sudão, Paquistão, Arábia Saudita, Azerbaijão, Myanmar e Afeganistão.
Na semana passada, a polícia de Kosovo deteve ilegalmente cinco professores que costumavam trabalhar em escolas afiliadas ao Movimento Gulen e um médico supostamente também filiado ao Movimento, e os entregou aos agentes da MIT da Turquia.
A Turquia sobreviveu a uma tentativa de golpe militar em 15 de julho de 2016 que matou 249 pessoas. Imediatamente após a tentativa de golpe, o governo do AKP, juntamente ao Presidente Erdogan colocaram a culpa no Movimento Gulen.
Fethullah Gulen, que inspirou o Movimento, negou fortemente ter qualquer papel no golpe fracassado e pediu por uma investigação internacional sobre o caso, mas o Presidente Erdogan — chamando a tentativa de golpe de “um presente de Deus” — e o governo iniciaram um amplo expurgo com o objetivo de limpar os simpatizantes do Movimento de dentro das instituições estatais, desumanizando suas figuras populares e colocando-as sob custódia.
A Turquia suspendeu ou demitiu mais de 150.000 juízes, professores, policiais e outros funcionários públicos desde julho de 2016. O ministro do interior da Turquia anunciou, em 12 de dezembro de 2017, que 55.665 pessoas foram presas. Em 13 de dezembro, o Ministério da Justiça anunciou que 169.013 pessoas estiveram sujeitas a procedimentos legais sob acusações de golpe desde o golpe fracassado.
Um total de 48.305 pessoas foram presas por tribunais por toda a Turquia em 2017 por suas supostas ligações com o Movimento Gulen, disse o ministro do interior Suleyman Soylu em 2 de dezembro de 2017. “O número de detenções está quase três vezes mais alto,” contou Soylu em uma reunião de segurança em Istambul e alegou que “mesmo essas estimativas não são o suficiente para se revelar a severidade da questão.”
Stockholm Center for Freedom [SCF]
Fonte: www.turkishminute.com