Ministro turco diz que não quer que a Grécia se torne um ‘porto seguro’ para golpistas
O ministro das relações exteriores turco, Mevlüt Çavuşoğlu, disse na terça-feira que a Turquia não quer que a Grécia seja um “porto seguro” para os golpistas da tentativa de golpe do ano passado, citando as 995 pessoas que deram entrada em asilo lá desde a tentativa de golpe.
Durante uma coletiva de imprensa conjunta com seu colega grego, Nikos Kotzias, em Ancara na terça-feira, Çavuşoğlu disse que a Turquia estava desapontada com as autoridades gregas por não extraditarem as pessoas que buscaram asilo na Grécia depois de fugirem da Turquia por supostos laços com o Movimento Gülen, que o governo turco acusa de estar por detrás do golpe fracassado.
“Não iríamos querer que a nossa vizinha Grécia, com quem estamos melhorando os nossos laços, seja um porto seguro para gulenistas. Acreditamos que essas solicitações serão avaliadas meticulosamente e que traidores não receberão crédito,” disse Çavuşoğlu, de acordo com a Reuters.
Kotzias, respondendo aos comentários de Çavuşoğlu, disse que as decisões sobre os requerentes de asilo foram feitas pelo judiciário grego e tiveram que ser respeitadas mesmo se “isso não agrada a alguns.”
As relações entre a Turquia e a Grécia foram ainda mais desgastadas em maio passado depois que um tribunal grego decidiu não extraditar oito soldados turcos que fugiram para a Grécia logo após a tentativa de golpe do ano passado.
“Infelizmente, os tribunais gregos não extraditaram [os oito soldados], e isso nos desapontou grandemente,” disse Çavuşoğlu.
A Turquia alega que os homens, que fugiram para a Grécia em um helicóptero militar conforme o golpe de julho se desdobrava, estiveram envolvidos nas tentativas de derrubar o Presidente Recep Tayyip Erdogan e exigiu repetidamente que eles fossem enviados de volta.
Os tribunais gregos bloquearam dois pedidos de extradição de Ancara, suscitando uma repreensão brava da Turquia e destacando as relações tensas entre os aliados da OTAN, que permanecem em um impasse devido a questões de disputas territoriais ao Chipre, que está dividido etnicamente.
Grupos defensores dos direitos e os aliados ocidentais da Turquia disseram que o Presidente Erdogan está usando o golpe fracassado como um pretexto para esmagar a dissidência, mas o governo diz que as medidas são necessárias para combaterem as ameaças que enfrenta.
Fonte: www.turkishminute.com