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Porque a administração de Obama empurrou a Turquia para os braços da Rússia?

Porque a administração de Obama empurrou a Turquia para os braços da Rússia?
dezembro 27
10:24 2016

De acordo com o Washington Post, o assassinato do embaixador russo em Ancara na segunda-feira acelerou o aquecimento das relações entre a Turquia e a Rússia, em vez de colocar uma divisão entre os dois países, conforme o assassino talvez intencionava.

Boa parte da comunidade de política externa de Washington ficou espantada na terça-feira quando as mais altas autoridades da Turquia, aliada da OTAN, se sentaram com líderes da Rússia e Irã em Moscou para forjarem um novo caminho para a Síria, sem os Estados Unidos estar presente. A cena não apenas foi momento de virada na crise síria mas também uma demonstração estonteante de orientação da Turquia que está começando a se virar para a Rússia e para longe dos EUA e do Ocidente.

Porque o governo de Erdogan está se apressando para alinhar seu país

Existem várias razões de porque o governo de Recep Tayyip Erdogan está se apressando para se alinhar a política externa de seu país com Moscou e para longe de Washington. Seu partido chegou ao poder em uma plataforma anti-Ocidente, ele enfrenta pressão doméstica para ficar à altura dos Estados Unidos e a recente tentativa de golpe de forma geral enfraqueceu sua posição. Mas as políticas para o Oriente Médio fracassadas do Presidente Obama, especialmente quanto à Síria, exacerbou todas essas tendências e montou o palco para os desenvolvimentos mais recentes.

Conforme o conselho editorial do The Washington Post observou na terça-feira, o assassinato do embaixador russo em Ancara na segunda-feira acelerou o aquecimento das relações entre a Turquia e a Rússia, em vez de colocar uma divisão entre os dois países, conforme o assassino talvez intencionava. Mas a aliança que agora é pública é dificilmente uma surpresa para os que observam de perto a política externa da Turquia.

O desvio da Turquia da Aliança do Transatlântico e o movimento na direção da Rússia

“O desvio da Turquia da Aliança do Transatlântico e o movimento na direção da Rússia e do Irã tem sido preparada por um longo tempo”, disse Aykan Erdemir, um antigo membro do Parlamento turco, que agora está trabalhando para a Fundação para a Defesa de Democracias. “Para Erdogan, Os Estados Unidos se tornaram irrelevantes, pois no Oriente Médio as ações contam mais do que a retórica e de acordo com sua perspectiva, Washington foi mais conversa do que ação”.

A reunião em Moscou sobre a Síria seguiu o colapso da mais recente tentativa diplomática liderada pelo Secretário de Estado John F. Kerry e o ministro russo das Relações exteriores Sergei Lavrov, que desde abril tem focado em negociar uma série de cessar-fogos na Síria, e mais recentemente em Alepo. Lavrov apontou para esse processo fracassado na terça-feira e declarou que o novo formato liderado pela Rússia seria o centro de gravidade para que as negociações sobre a Síria seguissem em frente.

“É um fato declarado, a tróica entre a Rússia, Irã e Turquia mostrou hoje quão eficiente ela é através da prática”, disse ele. Lavrov disse que o formato liderado pelos EUA, conhecido como o Grupo de Apoio à Síria Internacional, falhou em implementar alguma de suas iniciativas, e ele culpou os Estados Unidos pelo fracasso do acordo de cessar-fogo que ele e Kerry fizeram em setembro.

Rússia, Irã e Turquia dizem que estão prontos para mediar acordo sobre a Síria

Rússia, Irã e Turquia dizem que estavam prontos para ajudar na mediação de um acordo de paz sírio depois que os três países estabeleceram conversas em Moscou. (Reuters)

Sentando-se próximo a ele, o Ministro das Relações Exteriores turco Mevlut Cavusoglu foi forçado a concordar com a análise de Lavrov.

“Acreditamos que o melhor formato é aquele em que decisões são tomadas e realizadas”, disse ele. “Infelizmente nenhuma dessas decisões foram de fato implementadas e a situação está piorando”.

Lavrov então declarou que havia agora um consenso de que uma mudança de regime não deveria ser uma prioridade na Síria, e leu uma declaração conjunta pelos três ministros do exterior que afirmava uma dedicação à soberania síria, integridade territorial, oposição ao terrorismo e comprometimento a uma estrutura política síria pluralística e secular. Não houve menção a cerca do destino do ditador sírio Bashar al-Assad.

“A declaração de ontem é bem chocante. Ela é diametralmente oposta ao que a Turquia tem discutido cara-a-cara com a Síria desde 2011”, disse Erdemir. “Isso é basicamente a Turquia vindo a aceitar Assad”.

Por anos, a Turquia tentou trabalhar com a administração Obama na Síria mas foi rejeitada vez após outra. Repetidas tentativas de autoridades americanas de fechar um acordo com a Turquia para lutarem conjuntamente contra o Estado Islâmico e coordenar esforços para apoiar a oposição síria se despedaçaram, em sua maioria devido à relutância da Casa Branca de Obama em se comprometer com o pedido da Turquia por uma zona de exclusão aérea no norte da Síria e mais pressão sobre o regime de Assad.

Adicionando às tensões bilaterais, o apoio americano a um grupo chamado de as Forças Democráticas Sírias, composto em sua maioria de militantes curdos, foi visto pela Turquia como equipar grupos armados que são alinhados com terroristas curdos na Turquia. As vitórias curdas no norte da Síria fizeram a Turquia intervir militarmente para prevenir que os curdos conectem seus dois territórios e criem um estado curdo de fato.

Como parte dessa intervenção, a Turquia buscou a aprovação tácita da Rússia e supostamente concordou em outubro atenuar a oposição às ações russas em Alepo. Esse acordo preparou o terreno para ainda mais cooperação entre a Turquia e a Rússia. Estando ausentes qualquer iniciativa real da administração Obama que se despede, a Turquia então decidiu levar sua cooperação com a Rússia para o próximo nível.

“Os turcos olharam para a situação e disseram para si mesmos: ‘Essa administração não quer lidar com a Síria. Vamos esperar pela próxima. Enquanto isso vamos ver o que pode ser feito com os russos’”, disse Andrew Tabler, membro sênior do Washington Institute de Política do Oriente Médio. “Todos veem a administração Obama como completamente displicente, e agora estamos fora da sala de negociações”.

John Kirby, o porta-voz do Departamento de Estado, disse na terça-feira que Kerry não vê nenhum problema com o destino da Síria ser decidido sem a participação dos EUA e relativamente em maior parte ditado pela Rússia e pelo Irã.

“O secretário não vê isso nem um pouco como uma indelicadeza”, disse ele. “Se não ter a gente na sala de negociações pode levar finalmente a cessar as hostilidades que podem de fato fazer a diferença por um período de tempo e por uma área geográfica maior do que vimos no passado, que pode de fato levar ajuda humanitária às pessoas e pode retomar as conversas políticas, então o secretário está perfeitamente confortável em não estar na sala de negociações se isso for o resultado”.

O problema é que, o novo processo liderado pela Rússia na Síria tem pouca chance de alcançar uma paz mais ampla ou produzir um acordo político real. A Turquia pode concordar em parar o apoio a vários grupos de oposição que estão lutando contra Assad, permitindo o governo sírio manter um controle melhor sobre Alepo e outras áreas conquistadas. Mas o já sobrecarregado Exército Sírio não será capaz de estender seu território muito mais além do que já fez.

A Rússia, que define toda oposição não sancionada como grupo terrorista, provavelmente continuará seu ataque militar sobre áreas mantidas pelos rebeldes, indo em seguida talvez para Idlib. Seja qual for o acordo político que a oposição sancionada assine no Cazaquistão, ele nunca poderá sem implementado na região. Enquanto isso, a administração Obama que já está acabando parece não ter um plano para reassegurar sua influência na região nem prover à Turquia qualquer incentivo para reverter sua reorientação para longe do Ocidente.

A administração Trump que está chegando pode decidir aceitar um processo diplomático liderado pela Rússia para a Síria como um fato consumado. Mas eles não devem aceitar a desintegração do relacionamento da Turquia com o Ocidente como parte dessa barganha. Através de um maior comprometimento americano com a região companhado por um novo começo nas relações entre a Turquia e os EUA, o desvio de Ancara para longe de seus aliados ocidentais pode ser revertido.

Esse novo começo deve incluir uma discussão franca sobre o uso de Erdogan dos Estados Unidos como um bode expiatório para o golpe e outros problemas domésticos. Ele deve também incluir um chamado para que Erdogan se recomprometa com valores incluindo os direitos humanos e o estado de direito. A longo prazo, a Turquia está melhor com os Estados Unidos e a OTAN do que com a Rússia e o Irã, mas ela apenas vai aceitar isso se a credibilidade americana na região for restaurada.

Fonte: www.newsforturkey.com

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