Voz da Turquia

Um grupo de profissionais da Turquia, incluindo acadêmicos, jornalistas e escritores, fez um apelo à comunidade internacional para desempenhar um papel ativo na permanência do cessar-fogo em Nagorno-Karabakh, na tentativa de proteger os armênios na região de um possível genocídio, relatou a mídia local na sexta-feira.

O Azerbaijão lançou uma operação militar em sua região separatista de Nagorno-Karabakh, de maioria armênia, no início desta semana, quase três anos após travar uma breve, mas brutal guerra com a Armênia pela região montanhosa.

Os dois vizinhos, Azerbaijão e Armênia, entraram em guerra duas vezes por Nagorno-Karabakh, primeiro no início da década de 1990, após o colapso da União Soviética, e novamente em 2020.

A Turquia foi um apoiador-chave do Azerbaijão durante o conflito de 2020, fornecendo drones produzidos pela empresa Baykar, co-dirigida por um genro do presidente turco Recep Tayyip Erdoğan.

Os confrontos em 2020 terminaram com um cessar-fogo mediado pela Rússia após seis semanas de combates e cerca de 6.000 mortes.

De acordo com relatos da mídia turca, 123 profissionais emitiram uma declaração conjunta na sexta-feira, na qual pediram a todos os estados e várias organizações internacionais, especialmente as Nações Unidas, que tomem medidas e evitem uma possível tragédia humana em Nagorno-Karabakh, em vez de permanecerem como observadores na operação militar do Azerbaijão.

“Por meses, as Nações Unidas, instituições da União Europeia, instituições do Conselho da Europa e alguns países individuais têm pedido ao Azerbaijão que levante o bloqueio de 120.000 pessoas em Karabakh. Hoje, estão sendo feitos apelos semelhantes à contenção e ao cessar-fogo. Esperar que Baku, que ignorou esses apelos antes, mude de ideia hoje é absurdo”, disse o grupo.

Eles acrescentaram que o objetivo do Azerbaijão é assumir o controle completo de Nagorno-Karabakh e expulsar a população armênia das terras onde viveram por séculos, e, se resistirem, encerrar sua existência, uma vez que as negociações de cessar-fogo em andamento não parecem permitir um status ou presença cultural diferente.

Eles instaram a comunidade internacional a tomar medidas para evitar um possível genocídio, enfatizando a necessidade de tornar o cessar-fogo na região permanente e de operações humanitárias imediatas de ajuda e retirada de civis presos na região para lugares seguros.

Entre os signatários estão a historiadora e jornalista Ayşe Hür; o acadêmico Baskın Oran; o acadêmico Cengiz Aktar; Emre Uslu, analista e acadêmico nos Estados Unidos; a jornalista Yasemin Çongar; e Eren Keskin, uma advogada curda de destaque e ativista de direitos humanos.

Erdoğan expressou na quinta-feira seu “total apoio” ao Azerbaijão em uma ligação com seu homólogo Ilham Aliyev após a operação militar de Baku em Nagorno-Karabakh.

A Turquia historicamente tem sido aliada do Azerbaijão predominantemente muçulmano e vê a Armênia, predominantemente cristã, como um de seus principais rivais regionais.
Fonte: https://turkishminute.com/2023/09/22/turkish-professional-urge-intl-community-to-protect-armenian-in-nagorno-karabakh/