O plano B de Erdogan é assassinar Gulen?
O presidente Erdogan, em resposta a pergunta “ E se os EUA não extraditarem Fethullah Gulen ”, o governo turco respondeu: “É melhor deixar isto para o tempo. Mas, é bem sabido que é impossível que um país, um governo não tenha alternativas sobre qualquer assunto. Ou seja, se tiver plano A, com certeza terá planos B e C.” respondeu.
Existe apenas uma maneira de extradição nos EUA. Quer dizer que apenas o plano A é válido nos EUA. Nem o governo e nem o presidente dos EUA possuem o poder de extraditar. A decisão de extradição de qualquer pessoa pode ser tomada apenas através de processos jurídicos. Ou seja, único caminho é a justiça.
Porém, a Turquia possui um presidente da república que afirma: “Não reconheço a decisão da Supremo Corte e nem a respeito”. Além de maneira jurídica, os planos “B e C” que Erdogan citou, não equivalem a nenhum plano nos EUA. Portanto, Erdogan ressalta que o próprio governo turco realizará estes planos.
Recentemente, na mídia pró-Erdogan, tem sido citado várias vezes o possível assassinato de Gulen. O mais claro afirmador desta tese foi Fatih Tezcan, jornalista pró-Erdogan que se considera “islamista”.
Tezcan: “É impossível que o governo turco não tenha infiltrado alguém no meio das pessoas próximas de Gulen. A data em que este alguém deve cumprir sua obrigação, está aproximando-se. Se os EUA não extraditarem Gulen, ele será punido por muçulmanos turcos. Estou dizendo isso com a maior certeza e clareza”.
Uma outra afirmação veio por Huseyin Gulerce, que antigamente era um seguidor de Gulen. Gulerce alegou, em sua coluna no jornal Star, que há quatro maneiras para a extradição de Gulen: “Primeiro, o que a Turquia fará, caso Gulen morra de repente com uma doença ou assassinato? Até o funeral dos golpistas foi proibido. O caixão dele ficará nos EUA? Ou a Turquia aceitará o caixão? Caso aceite, apesar deste conflito social, como e onde será enterrado?” afirmou.
Erdogan, em seu discurso na fundação Turken, afirmou que não reconhece as maneiras jurídicas dos EUA e que até não precisaria de um processo jurídico contra Gulen:
“Estou pedindo a extradição de uma pessoa que está na lista estratégica do Conselho Nacional de Segurança de nosso governo, mas vocês ainda persistem em não extraditar esta pessoa. Que processo jurídico? Qual processo jurídico pode ser realizado contra um terrorista?” disse o presidente turco.
Não se sabe se Erdogan utilizará o serviço de inteligência da Turquia, que possui ilimitados poderes para realizar operações no exterior após a decisão tomada há alguns dias, para realizar o assassinato de Gulen, que Erdogan denuncia como terrorista, sem provas concretas e processos jurídicos.
As Execuções em Paris…
O Serviço Nacional de Inteligência da Turquia (MIT) foi destacado após o assassinato de Sakine Cansiz e mais 2 outras mulheres em Paris. A revista alemã Der Spiegel alegou que o MIT esteve por detrás do assassinato contra Sakine Cansiz, Fidan Dogan e Leyla Sonmez, em Paris, em Janeiro de 2013. A procuradoria francesa solicitou informações para saber se o executor Omer Guney era funcionário do MIT ou não, e também havia publicado informações de que os chips telefônicos encontrados com Guney, pertenciam a MIT.
Selin Tanbay/ Tr724.com