Parlamento Turco aprova estado de emergência de três meses
O Parlamento Turco aprovou um estado de emergência de três meses, o que concentra poder formalmente nas mãos do líder, ao lhe permitir e ao seu gabinete fazer leis por decreto, após a tentativa de golpe militar fracassada que matou mas de 200 pessoas em 15 de julho.
Enquanto que o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) e o opositor Partido do Movimento Nacional (MHP) aceitaram impor o estado de emergência na Turquia, os partidos da oposição principal, o Partido Popular Republicano e o pró-curdos Partido Democrático do Povo (HDP) rejeitaram o estado de emergência.
O estado de emergência – que é para ser imposto à 1:00 da manhã da sexta-feira – foi aprovado por 346 dos votos, enquanto que 115 legisladores votaram contra ele.
O Presidente Recep Tayyip Erdogan declarou o estado de emergência de três meses por toda a Turquia na noite de quarta-feira, após presidir sobre uma reunião do Gabinete no palácio presidencial e uma cúpula de quatro horas do Conselho de Segurança Nacional (MGK).
O estado de emergência foi aconselhado pelo MGK, antes que o Gabinete tivesse concordado em tomar a decisão. De acordo com Erdogan, o estado de emergência tem a intenção de erradicar “a organização terrorista” baseando-se no 120º artigo da Constituição Turca, em resposta a tentativa de golpe fracassada da semana passada.
“A prática certamente não é contra a democracia, a lei e as liberdades. Pelo contrário, é em nome de proteger e melhorar esses valores”, disse Erdogan. Ele alegou que a ação foi feita para rapidamente e efetivamente destruir a ameaça contra o estado de direito e contra os direitos fundamentais do povo.
Um grupo de soldados tentaram dar um golpe militar por volta das 10 horas da noite na sexta-feira passada, com tanques andando pelas ruas de Ancara e Istambul e soldados bloqueando a Ponte do Bósforo e a Ponte Fatih Sultan Mehmet. A alegação dos militares de uma tomada de poder fi anunciada pela emissora estatal TRT depois que soldados rebeldes invadiram o prédio. A âncora disse que os militares tinham imposto a lei marcial e declarado um toque de recolher até prévio aviso.
Mais de 200 pessoas, incluindo civis, foram mortos nos embates entre a polícia e os soldados rebeldes ao longo da noite. O Parlamento, o palácio presidencial e sede da Organização da Inteligência Nacional (MIT) foram atingidos por helicópteros militares.
O governo turco conseguiu suprimir a tentativa de golpe e lançou uma repressão de larga escala por todo o país sobre a mídia, servidores públicos, juízes, promotores e professores, junto com rebeldes que estavam dentro do exército.
Fonte: https://www.turkishminute.com/2016/07/21/turkish-parliament-passes-3-month-state-emergency/