Turquia é contra investigar o ISIS no país
O partido islamista governante da Turquia, o AKP, derrubou uma ação parlamentar para lançar uma investigação oficial sobre as atividades do Estado Islâmico (ISIS) dentro da Turquia, reportou o Hurriyet Daily News no sábado.
Nazmi Gur, um deputado do Partido Democrático Popular, que inicialmente expediu a ação, alegou que a rejeição do governo da investigação é “um sinal de que o governo turco ainda evita tomar uma posição clara contra o ISIS”.
Esse pedido de inquérito aparece sob a luz de múltiplos incidentes que levantaram suspeitas quanto à relação da Turquia com o grupo Estado Islâmico.
No domingo, forças turcas realizaram uma operação para proteger um enclave turco na Síria, evacuando os soldados que estavam lá e removendo os restos de uma figura otomana histórica enterrada lá. A missão negou acusações de que os soldados, presos no enclave por 11 meses, recebiam comida e água do Estado Islâmico, devido à inabilidade de Acara em fornecer rações a a eles.
No começo de fevereiro de 2015, o jornal Today’s Zaman relatou que um militante do ISIS que foi capturado e estava sendo tratado em hospital turco revelou que estava sendo ajudado pela Inteligência Turca (MIT) ao tentar contrabandear armas para a Síria. Ele alegou que seu comparsa tinha conexões dentro da MIT que assegurou que seu veículo não seria vistoriado pelas forças de segurança na fronteira.
Em 2014, um caso similar veio à tona que fez com que um magistrado turco da cidade Adana, na fronteira, fosse removido de sua posição após ordenar que a polícia da fronteira vistoriasse em busca de armas todos os veículos que entrassem na Síria.
Apesar das alegações e rumores, os representantes do AKP têm demonstrado resistência. Um deputado do partido rejeitou a crítica da oposição, citando o reconhecimento oficial da Turquia do grupo Estado Islâmico como terrorista e repudiando a associação dele com o Islã.
O AKP, chefiado pelo provocador Presidente Recep Tayyip Erdogan, teve um histórico manchado quanto a cooperação com a oposição, passando por cima e recusando passar as ações deles mesmo quando complementam as políticas do próprio governo.
Erdogan, que também foi anteriormente o Primeiro-Ministro, frequentemente faz referência a uma “estrutura paralela” dentro de seu governo, uma designação que ele usa para se referir ao que acredita seja uma quinta-coluna anti-AKP liderada por Fethullah Gülen, um erudito islâmico que já foi aliado de Erdogan.
Fonte: www.jpost.com