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Tatuado, naturalizado e veloz: turco Ramil Guliyev campeão dos 200m quer reconhecimento

Tatuado, naturalizado e veloz: turco Ramil Guliyev campeão dos 200m quer reconhecimento
agosto 12
10:34 2017

Enquanto todos os olhares se dividiam entre Isaac Makwala e Wayde Van Niekerk, Ramil Guliyev voou para se tornar o mais veloz do mundo nos 200m rasos em Londres. Até então desconhecido do grande público por não ter sequer um título de expressão aos 26 anos, o azerbaijano naturalizado turco agora espera que ter herdado o posto que por anos foi de Usain Bolt o eleve a um novo patamar.

– Eu competi contra alguns dos melhores atletas do mundo, então não me importo que a atenção estivesse neles. Mas talvez na próxima competição todos passem a olhar para mim.

Ramil Guliyev venceu por dois centésimos (Foto: Reuters)Ramil Guliyev venceu por dois centésimos (Foto: Reuters)

Ramil Guliyev venceu por dois centésimos (Foto: Reuters)

A vontade de correr era tanta que fez Guliyev abrir mão da própria pátria. Nascido em Baku, capital do Azerbaijão, Ramil decidiu trocar de nacionalidade porque considerar que seu país não apoiava o atletismo de forma a prepará-lo para competir em grandes eventos. Um ano após o falecimento do pai, que era seu treinador, iniciou o processo de naturalização.

Precisou respeitar um período de dois anos sem competir para se tornar elegível pela Federação Internacional (IAAF) a competir pela nova bandeira. No ano passado conquistou a prata no Campeonato Europeu, seu maior feito até a noite desta quinta. Na Olimpíada do Rio até disputou a final, mas terminou em oitavo e último lugar.

Em Londres, o tatuado é um dos 11 atletas nascidos no exterior a defender a Turquia – na equipe há também atletas que nasceram no Quênia, na Etiópia, em Cuba e na Jamaica.

Ramil Guliyev comemorou com uma bandeira da Turquia e outra do Azerbaijão pendurada no pescoço (Foto: Reuters)Ramil Guliyev comemorou com uma bandeira da Turquia e outra do Azerbaijão pendurada no pescoço (Foto: Reuters)

Ramil Guliyev comemorou com uma bandeira da Turquia e outra do Azerbaijão pendurada no pescoço (Foto: Reuters)

Ele foi o mais rápido na sua série na eliminatória, com 20s16. Na semifinal, numa prévia do duelo com o sul-africano Van Niekerk, Guliyev venceu com 20s17, enquanto o campeão dos 400m rasos ficou em terceiro, com 20s28. Na final, a marca de 20s09 ficou a apenas um centésimo da melhor de Guliyev neste ano.

– Não foi um choque, mas também não me parece real. Estou muito orgulhoso. Esse título significa muito. Mostrei meu melhor ao longo desta competição. Fiz minha melhor corrida no momento certo. Estou muito feliz de ser campeão mundial, é o melhor momento da minha carreira.

Originalmente publicado em: globoesporte.globo.com

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