Unidade de cibercrimes da polícia está monitorando 45 milhões de contas das mídias sociais na Turquia
O departamento anti-cibercrimes da Polícia Nacional Turca está monitorando cerca de 45 milhões de usuários das mídias sociais no país por possível atividade criminal cometida através da Internet, informou o Hurriyet Daily News.
As autoridades do departamento contaram ao jornal Hurriyet que contratações online, tráfico de drogas e apostas ilegais são os crimes mais comumente cometidos nas plataformas das mídias sociais, seguidos por insultar autoridades estatais. O departamento estabeleceu uma mesa especial dedicada ao insulto em meio a uma série de casos abertos em anos recentes por “insultar” o Presidente Recep Tayyip Erdogan.
Existem cerca de 40 milhões de usuários ativos de internet na Turquia, e 45 milhões de pessoas usam pelo menos uma plataforma de mídia social. O Twitter é a mais popular, seguida pelo Facebook e o Instagram.
O departamento anti-cibercrimes foi fundado em 1997 sob o nome “unidade de crimes de computador”. Ela se tornou a unidade dos crimes de tecnologia da informação nos anos 2000 e recebeu seu nome atual em 2013. O departamento está ativo em 76 de 81 províncias turcas com 27.000 funcionários, 562 dos quais são peritos em informática e filtragem de conteúdo.
“Logo após a tentativa de golpe de julho [de 2016], cerca de 1,5 milhão de conteúdos nos foram referidos para serem examinados, incluindo mensagens dentro do ByLock e o Eagle, softwares de comunicação criptografada da FETO [name derrogatório para o Movimento Gulen cunhado pelo governo]. Redigimos relatórios para cerca de 800.000 conteúdos e repassamos eles às autoridades relevantes. Temos o objetivo de examinarmos outros 800.000 até o começo do ano novo. Examinamos cerca de 20.000 conteúdos por semana e recebemos 10.000 toda semana,” disse o chefe do departamento, Erdal Cetinkaya.
Kursat Basaran Basoglu, encarregado da unidade de prevenção do departamento, disse que a unidade possui “três estágios de exame” a respeito dos cibercrimes, o primeiro deles é “detectar crimes antes de serem cometidos”.
“Por exemplo, detectar uma ciberataque a uma instituição, empresa ou instituição estatal. O segundo estágio é intervir em um crime conforme está sendo cometido. O terceiro estágio é coletar dados depois que o crime foi cometido e preparar um arquivo de investigação”, disse Basoglu.
“Mesmo se o ambiente for virtual, o crime é uma realidade. Você não pode insultar uma pessoa, perjurar ou ofender na vida normal, portanto você também não pode fazer isso nas plataformas das mídias sociais”, acrescentou ele.
O departamento montou uma mesa especial para investigar “insultos contra autoridades estatais”, monitorando de perto as contas nas mídias sociais de pessoas “que compartilhem posts que incluam insultos ou difamação de autoridades estatais”.
O departamento indica que existem cerca de 3.000 queixas apresentadas a eles diariamente em média e que em dias em que há um ataque terrorista, um incidente com bombas ou uma manifestação, as queixas podem chegar 30.000.