Forbes diz que a Turk Telekom está espionando os cidadãos turcos
A empresa de telecomunicações parcialmente estatal da Turquia, Turk Telekom, requisitou uma lista de nomes de usuário e senhas de assinantes de sites não criptografados, juntamente a uma lista de que sites visitaram e quando, da empresa de tecnologia que fica na Califórnia, EUA, Procera Networks, de acordo com a revista Forbes.
Um artigo da Forbes publicado na terça-feira intitulado “Um empresa americana de tecnologia está ajudando a Turquia a espionar seus cidadãos?” alegou que o produto de extração de informações da Procera permitiu à Turk Telekom requisitar informações pessoais de usuários de internet turcos.
De acordo com a revista, seis engenheiros se demitiram de seus empregos depois de ficarem sabendo dos serviços controversos que a empresa deles fornecia à Turk Telekom, que eles alegam poderia contribuir para o controle acirrado do governo turco sobre o uso da internet.
“Não desejo passar o resto da minha vida com o arrependimento de ter sido parte da insanidade do Presidente Recep Tayyip Erdogan, então eu estou fora”, Kriss Andsten, um engenheiro sueco que foi louvado pelos seus ex-colegas por ser o primeiro a sair, contou a Forbes.
O governo turco é dono de 30 por cento da Turk Telekom e é representado por quatro membros no conselho de administração da empresa, com 12 pessoas – que são: Fatih Kasirga, o secretário geral da presidência turca; Yigit Bulut, conselheiro do presidente; Ibrahim Eren, vice-presidente da emissora estatal TRT; Fuat Oktay, subsecretário do Primeiro-Ministro.
“Erdogan é louco e pessoas poderiam muito bem morrer por causa desse trabalho”, um ex-funcionário da Procera contou à Forbes.
A Turk Telekom se beneficia dos serviços da Procera através da Sekom, uma empreiteira que tem um contrato de 6 milhões de dólares com a empresa americana.
“Ter o poder de extração de senhas ao nível de rede é uma capacidade bem chocante para qualquer governo ter, sem falar na Turquia onde o respeito a direitos fundamentais sofreram uma dura queda recentemente”, Matthew Rice, um defensor da Privacy International, uma organização sem fins lucrativos, contou à Forbes, e também disse: “Todos deveriam estar preocupados não apenas com o fato dessa capacidade ter sido requisitada, mas com o fato de ela ter sido fornecida. … Esse trabalho foi sem precedentes não apenas para a Procera, mas para a indústria de vigilância como um todo”.
O artigo também disse que a Turquia continua a expandir seu controle sobre a internet pois ela deteve milhares por usarem um aplicativo de celular chamado ByLock.
Promotores turcos alegam que o ByLock foi uma importante ferramenta de comunicação entre os simpatizantes do movimento Gulen, que o governo acusa sem nenhuma prova ou sequer evidência de ter arquitetado a tentativa de golpe de 15 de julho. O movimento nega qualquer envolvimento.
(Turkey Purge)
Fonte: www.turkishminute.com