Preso acamado de 87 anos apto a permanecer na prisão, diz Conselho Turco de Medicina Legal
O Conselho Turco de Medicina Legal (ATK) publicou pela terceira vez um relatório dizendo que um preso de 87 anos de idade acamado é suficientemente saudável para permanecer na prisão, informou o portal de notícias Kronos.
O homem, chamado Mehmet Emin Özkan, está na prisão há 25 anos. Ele teria sofrido quatro ataques cardíacos nos últimos cinco anos. Ele também tem outros problemas de saúde, tais como pressão alta, bócio tóxico, osteoporose, doença renal, perda de memória e perda de audição e visão. Özkan é incapaz de atender às suas necessidades básicas diárias, por isso um companheiro de cela o assiste.
Os usuários da mídia social turca exigiram ontem a libertação de Özkan. O advogado e ativista dos direitos humanos Eren Keskin exigiu no Twitter que todos os presos doentes, incluindo Özkan, fossem libertados.
O deputado Ömer Faruk Gergelioğlu do Partido Democrático Popular (HDP) disse no Twitter que Özkan não estava recebendo os cuidados adequados na prisão e que deveria ser imediatamente libertado.
Özkan foi sentenciado à prisão perpétua agravada por suposta filiação ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), proscrito pela lei. Ele foi considerado responsável pela morte do Brigadeiro-General Bahtiyar Aydın em outubro de 1993.
Özkan nega qualquer responsabilidade no incidente, e um tribunal em maio decidiu por um novo julgamento.
As acusações contra Özkan foram baseadas em dois depoimentos de testemunhas, que foram posteriormente retratados. Em uma acusação de 2014 para o que é conhecido como o “Julgamento dos piolhos”, o Ministério Público Diyarbakır disse que não havia provas tangíveis de que Özkan tivesse participado de atividades terroristas. O julgamento dizia respeito às supostas atividades ilegais das unidades de inteligência da gendarmaria conhecidas como JİTEM.
O PKK vem empreendendo uma insurgência armada contra as forças de segurança da Turquia desde os anos 80 em uma campanha que custou a vida de cerca de 40.000 pessoas. O grupo está listado como uma organização terrorista pela Turquia, pela União Europeia e pelos EUA.