Centenas se manifestam na Turquia conforme grupos lutam pelos direitos das mulheres no tribunal
Centenas de pessoas se reuniram fora do mais alto tribunal administrativo da Turquia na terça-feira conforme ele examina um caso na esperança de reverter a retirada do país de um tratado internacional de proteção dos direitos da mulher, informou o Turkish Minute.
Grupos feministas, defensores dos direitos humanos e representantes de associações de advogados em toda a Turquia pediram novamente que a retirada da Convenção de Istambul fosse jogada fora.
O presidente Recep Tayyip Erdoğan retirou a Turquia da convenção no ano passado. Os conservadores sociais do país afirmam que ela promove a homossexualidade e ameaça os valores familiares tradicionais.
Houve muitas tentativas legais para cancelar a retirada, e grupos, incluindo partidos políticos e ONGs, levaram o caso ao Conselho de Estado de Ancara.
Lá fora, os manifestantes gritaram: “Não desistimos porque temos razão” e “A Convenção de Istambul dá vida às mulheres”, conforme desfilavam bandeiras roxas, a cor do movimento feminista na Turquia.
“A retirada da Turquia da convenção é contrária aos direitos humanos básicos e à democracia”. Estamos dizendo isto hoje ao Conselho de Estado”, disse Yelda Koçak, advogada e membro do grupo Plataforma das Mulheres para a Igualdade.
A Convenção de Istambul exige que os países criem leis destinadas a prevenir e processar a violência contra as mulheres.
Os defensores acreditam que a retirada deixou as mulheres na Turquia mais vulneráveis à violência.
A Plataforma Vamos Acabar com o Femicídio disse que 166 mulheres foram mortas na Turquia até agora este ano, a maioria por membros da família. Houve 423 assassinatos desse tipo no ano passado.
A audiência do Conselho de Estado ainda estava em andamento na terça-feira à tarde.