Ativistas recebidos com gás lacrimogêneo e balas de borracha na Parada do Orgulho Gay em Istambul
A polícia usou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar uma multidão de grupos e ativistas dos direitos dos gays que haviam avançado com a Parada do Orgulho Gay em Istambul no domingo, apesar de as autoridades turcas terem proibido o evento pelo quarto ano em seguida, informou a Agence France-Presse (AFP).
Por volta de 1.000 pessoas se reuniram perto das famosas Avenida Istiklal e Praça Taksim da cidade, onde os organizadores originalmente queriam realizar a Parada, e desdobraram uma grande bandeira de arco-íris enquanto que uma declaração à imprensa era lida a meio uma segurança pesada na área.
A polícia alertou os ativistas para que dispersassem e usou balas de borracha contra alguns que tentaram acessar a Avenida Istiklal.
A Anistia Internacional da Turquia disse mais tarde no Twitter que 11 pessoas tinham detidas, exortando a polícia a libertá-los “imediatamente”. O grupo dos direitos humanos também disse que gás lacrimogêneo havia sido usado contra alguns ativistas.
O Gabinete do Governador de Istambul contou aos organizadores que as autoridades “não puderam tomar medidas para assegurarem a segurança deles e não acharam apropriado que a Parada do Orgulho Gay ocorresse,” de acordo com uma declaração da Semana do Orgulho LGBT+ de Istambul no Facebook, na sexta-feira.
Nenhuma declaração pública foi publicada após o evento.
“O governador citou a desculpa da segurança em sua decisão de proibir a marcha e em uma palavra, isso é cômico. As nossas marchas ocorreram pacificamente sem serem proibidas por 13 anos,” disseram os organizadores em uma declaração à imprensa no Facebook, horas antes da marcha.
“Nós LGBTI+ [lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, intersexuais] estamos aqui com nosso orgulho apesar de todas as tentativas em vão de nos impedir, não reconhecemos essa proibição,” acrescentaram eles.
“As pessoas não estão com medo, os lojistas não estão com medo. Contudo, o gabinete do governador está com medo, a polícia está com medo. Eles pensam que podem restringir a liberdade com barricadas que montam e com gás lacrimogêneo,” disse um ativista na marcha à AFP.
A manifestação anual é o evento LGBT mais significativo em um país muçulmano na região.
O Gabinete do Governador de Ancara, na quinta-feira, proibiu uma exibição do filme de 2014 “Orgulho”, organizada pelo grupo LGBT comunista, dizendo que eventos como esse poderiam “incitar o ódio e a inimizade.”
O gabinete do governador acrescentou que poderia haver “perigo para a segurança pública.”
O gabinete, em novembro, emitiu uma proibição a eventos LGBT, mas grupos dos direitos dos gays disseram que tomariam ações legais contra a ordem.
Apesar de a homossexualidade ser legal na Turquia, indivíduos LGBT frequentemente citam abuso e assédio.