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Significado do Ramadã dos muçulmanos

Significado do Ramadã dos muçulmanos
junho 07
15:05 2016

Começa ao redor do mundo o mês sagrado do ramadã, durante o qual muçulmanos jejuam entre o nascer e o pôr do Sol. É um período importantíssimo em países islâmicos não apenas como ritual religioso, mas também como tradição cultural. Há uma série de costumes típicos desse período, e também pratos específicos para o desjejum.

Mas o que significa tudo isso, e por que afinal muçulmanos –mais de 20% da população mundial– deixam de alimentar-se durante este mês? O site responde abaixo a sete perguntas sobre o ramadã, para quem nunca entendeu do que se trata essa tradição.

Hossein Kamaly é um professor do Barnard College especializado em estudos islâmicos e história do Oriente Médio. Nesta entrevista, ele explica os preceitos básicos do Ramadã, o mês mais sagrado do calendário muçulmano, que começa nesta segunda-feira (6) para a maioria dos muçulmanos do mundo. A entrevista foi editada e condensada.

P.: Qual é o significado do Ramadã? Qual é o evento observado?

R.:Todos os dias podem ser iguais em um calendário secular, mas nos calendários religiosos, não: alguns são mais iguais que outros.

No calendário muçulmano, o mês inteiro de Ramadã, o nono mês do calendário lunar árabe, marca a mais especial de todas as ocasiões. É a comemoração da descida da palavra de Deus, o Corão, do céu à terra.

Durante o Ramadã, os portões do paraíso estão mais abertos que nunca. Assim como a palavra de Deus desceu, a palavra dos suplicantes sobe até Deus, de maneira mais eficaz que em outros momentos.

P.: O jejum durante o Ramadã é um dos Cinco Pilares do islamismo. Por que se abster de comida e bebida e de outros prazeres do corpo é um elemento crucial da observância? Qual é o significado espiritual do jejum?

R.:Para compartilhar as bênçãos do mês do Ramadã, as mulheres e os homens fisicamente capazes, e também meninas e meninos que atingiram a idade da observância religiosa, devem jejuar durante este mês.

Como prescrito no Corão, o jejum diário começa antes de o sol nascer e termina ao pôr-do-sol. Os que não conseguem abandonar a comida e a bebida, por causa da idade, de doença ou outros motivos, são isentos do jejum, mas ainda podem compartilhar as bênçãos deste mês.

P.: Além de jejuar, quais são algumas das outras maneiras como este mês é honrado pelos fiéis?

R.:O Ramadã é mais que a abstinência de comida e bebida durante as horas do dia. É um momento de contemplação, devoção e lembrança de Deus, especialmente pela leitura e a recitação do Corão.

Cuidar do bem-estar dos membros menos afortunados da comunidade, dar aos pobres –especialmente no final do mês– também é importante.

A intensa autorreflexão e maior consciência de Deus durante o mês do Ramadã se destinam e subjugar e suprimir os erros comuns, como maledicência, ressentimento e mentira.

Uma das características mais importantes do mês do Ramadã é conhecida como a Noite do Destino, Noite do Poder ou Noite do Decreto: “Laylat al-Qadr”, em árabe. O Corão diz que nessa noite especial anjos descem do céu –principalmente o arcanjo Gabriel–, trazendo ao mundo a paz e a presença divinas. Não é definido exatamente qual noite do Ramadã pode ser a Noite do Destino; portanto, todas as noites devem ser tratadas como uma possível candidata.

P.: Há variações importantes no modo como o Ramadã é observado?

R.: As observâncias do mês do Ramadã podem variar em forma e conteúdo de uma comunidade para outra. Por exemplo, os muçulmanos xiitas esperam até que os sinais do entardecer se dissipem no horizonte antes de quebrar o jejum, ou “iftar” em árabe, o que pode ser alguns minutos depois da maioria dos muçulmanos sunitas. Uma variação importante, especialmente nos EUA, é receber os não muçulmanos aos “iftars”.

O que muçulmanos celebram durante o mês do ramadã?
O mês do ramadã marca o período durante o qual o Alcorão, o livro sagrado do islã, foi revelado ao profeta Maomé no século 7. O Alcorão tem um papel central na religião muçulmana, e seu surgimento é um marco da história dos povos árabes. O período anterior ao islã é conhecido, em árabe, como “ignorância”.

O que acontece durante esse período?
O jejum durante o ramadã é um dos cinco pilares do islã, e exigido de muçulmanos praticantes. O mês é marcado também pela abstenção do sexo durante o dia e pelas boas ações. Há pessoas que não seguem a tradição, a depender da família e do indivíduo, mas em países conservadores é de bom tom não comer ou beber nada em público. Diversos estabelecimentos fecham, ou modificam seus horários de atendimento, alterando toda a rotina da comunidade.

Todo o mundo MESMO precisa jejuar?
Não. Há uma série de isenções, como aos idosos, aos enfermos, às crianças e às mulheres grávidas ou em período de menstruação. O jejum tem efeitos na saúde, e pode ser perigoso de acordo com a pessoa. Períodos mais curtos de sono também preocupam a comunidade médica durante esse mês.

Deve ser uma loucura na hora de quebrar o jejum, quando anoitece…
As refeições pós-ramadã, chamadas “iftar”, são conhecidas pela fartura. A maneira tradicional de começar o desjejum é beber água e comer tâmaras. Há também uma bebida típica chamada Qamar al-Din, preparada a partir de uma pasta de damasco. Há rezas específicas, e leituras de trechos do Alcorão. Mesquitas organizam banquetes públicos, durante o mês. A refeição pela manhã antes do jejum, chamada “suhur”, é também tradicional.

Mas por que tudo isso?
A ideia é lembrar os fiéis das agruras daqueles que sofrem durante o restante do ano. O islã tem um forte componente comunitário. Também se espera que o muçulmano se aproxime da religião, durante o mês do ramadã. Como efeito colateral do longo tempo passado em casa, o número de espectadores de televisão atinge recordes, e as telenovelas de ramadã são um fenômeno cultural em países como o Egito e a Turquia.

Quando exatamente é o ramadã?
Depende. O calendário islâmico é lunar, e não solar. Isso significa que os meses variam em relação ao calendário gregoriano que usamos, por exemplo, no Brasil. O ramadã só começa quando a lua nova é vista nos céus, e dura entre 29 e 30 dias, de acordo com a rede de TV árabe Al Jazeera. A cada ano, o mês se inicia cerca de 11 dias mais cedo.

A variação da data é importante?
Sim. Imagine que, durante este mês, os muçulmanos que respeitem a tradição do ramadã não poderão comer ou beber nada entre o nascer e o pôr do Sol. É um cenário bastante difícil quando o ramadã coincide com o verão. O Cairo tem registrado temperaturas acima dos 40º C, e os dias são mais longos nesta época do ano. Segundo o jornal britânico “Guardian”, este ramadã será especialmente complicado no hemisfério norte. Na Espanha, por exemplo, o jejum vai durar cerca de 17 horas.

Fonte: mundialissimo.blogfolha.uol.com.br

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