Kremlin nega ‘fortemente’ as acusações de interferência na votação turca
O Kremlin negou na sexta-feira que estivesse se intrometendo na campanha eleitoral presidencial da Turquia, depois que o principal rival do líder turco Recep Tayyip Erdoğan acusou Moscou de espalhar “falsificações profundas” contra ele, informou a Agence France-Presse.
O candidato da oposição turca, Kemal Kılıçdaroğlu, afirmou no início desta semana que a Rússia estava por trás de uma campanha de difamação online contra ele antes das eleições cruciais de domingo.
“Rejeitamos fortemente tais declarações”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
“Declaramos oficialmente: não se pode falar em interferência.”
“Se alguém forneceu essas informações ao Sr. Kılıçdaroğlu, eles são mentirosos”, disse Peskov.
Ele acrescentou que Moscou “valoriza muito” suas relações bilaterais com Ancara.
“A Turquia tem uma posição muito responsável, soberana e ponderada em toda uma gama de problemas regionais e globais que enfrentamos”, disse Peskov.
A Rússia e a Turquia mantiveram laços estreitos durante o conflito na Ucrânia, com Erdoğan frequentemente atuando como um mediador que conversa com Moscou e Kiev.
As alegações de Kılıçdaroğlu ocorreram horas depois que um candidato terceirizado desistiu da corrida após ser alvo de uma campanha de difamação online.
“Queridos amigos russos”, disse Kılıçdaroğlu no Twitter.
“Você está por trás das montagens, conspirações, deep fakes e fitas que foram expostas neste país ontem”, disse ele sem fornecer detalhes.
“Se você quer nossa amizade depois de 15 de maio, tire as mãos do Estado turco. Continuamos a favor da cooperação e da amizade.”
As pesquisas mostram que o líder secular da oposição está à frente de Erdoğan na votação presidencial de domingo.