Membros de partido de extrema direita substituirão partido pró-curdo no monitoramento da votação fora da Turquia
A principal autoridade eleitoral da Turquia decidiu que membros do Partido do Movimento Nacionalista (MHP) de extrema-direita substituirão representantes do Partido Democrático do Povo (HDP) pró-curdo em comitês que monitoram a votação no exterior nas eleições marcadas para maio, informou o Turkish Minute, citando o site de notícias Habertürk.
De acordo com a Lei dos Partidos Políticos, os representantes dos partidos políticos classificados entre os cinco primeiros nas eleições gerais mais recentes podem servir em comitês eleitorais e apenas aqueles classificados entre os três primeiros são elegíveis para ter representantes em comitês que monitoram a votação no exterior.
Nas últimas eleições gerais realizadas em junho de 2018, o governante Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), o principal Partido Republicano do Povo (CHP) da oposição e o HDP tiveram representantes em comitês eleitorais no exterior, uma vez que eram os três primeiros partidos classificados.
No entanto, após a decisão do Conselho Eleitoral Supremo (YSK), os representantes do MHP, que ficou em quarto lugar nas eleições de 2018, servirão nos comitês eleitorais no exterior em vez do HDP nas próximas eleições, disse Habertürk.
A decisão do conselho veio depois que Kürşat Türker Ercan, o YSK representante do MHP, um aliado do AKP do presidente Recep Tayyip Erdoğan, se opôs à presença do HDP nas comissões eleitorais devido à recente decisão do partido pró-curdo de participar da eleição de as listas de outra parte.
O Partido da Esquerda Verde (YSP) é o partido sob cuja bandeira o HDP decidiu concorrer às eleições parlamentares marcadas para 14 de maio, numa tentativa de contornar os riscos que poderiam surgir de seu possível fechamento antes das eleições.
O HDP enfrenta um processo de encerramento por acusações de terrorismo que foi apresentado em março de 2021 e pode ser concluído antes das eleições, uma vez que o Tribunal Constitucional, que está julgando o caso, rejeitou o pedido do HDP de adiar o veredicto até depois das eleições.
A segurança eleitoral tem sido uma preocupação significativa na Turquia, com várias questões surgindo durante as eleições anteriores. Uma das principais preocupações é sobre a potencial interferência política nas operações de instituições eleitorais como o YSK, o que poderia afetar a justiça e a transparência das eleições. Além disso, houve denúncias de assédio, intimidação e até violência contra candidatos e simpatizantes da oposição, o que pode criar uma atmosfera de medo e minar a integridade do processo eleitoral.
Também houve preocupação sobre a precisão e a transparência dos processos de registro de eleitores e contagem de votos. Alguns relatórios destacaram irregularidades nas listas de recenseamento eleitoral, como a inclusão de pessoas falecidas ou eleitores inelegíveis. Alguns críticos também levantaram preocupações sobre a falta de transparência e responsabilidade no uso de sistemas de votação eletrônica e o potencial de adulteração ou manipulação de votos eletrônicos.
Fonte: Far-right party members to replace pro-Kurdish party in monitoring Turkey’s overseas voting – Stockholm Center for Freedom (stockholmcf.org)