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Logo antes de se reunir com Putin no Irã, o Erdogan da Turquia ameaça “congelar” a adesão da Suécia e da Finlândia à OTAN 

Logo antes de se reunir com Putin no Irã, o Erdogan da Turquia ameaça “congelar” a adesão da Suécia e da Finlândia à OTAN 
julho 19
21:09 2022
  • Erdogan na segunda-feira mais uma vez ameaçou descarrilar as ambições da Finlândia e da Suécia no âmbito da OTAN.  
  • A Turquia acusou os países nórdicos de serem muito amigáveis com os grupos curdos que considera terroristas.  
  • O aviso de Erdogan veio um dia antes de se encontrar com Putin no Irã. 

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, na segunda-feira, mais uma vez ameaçou impedir a adesão da Finlândia e da Suécia à OTAN – um dia antes de se encontrar com o presidente russo Vladimir Putin no Irã. 

“Gostaria de lembrar mais uma vez que se estes países não tomarem as medidas necessárias para cumprir nossas condições, congelaremos o processo (de adesão)”, disse Erdogan em um discurso televisivo, segundo a Associated Press. “Nossa posição sobre esta questão é muito clara”. O resto é com eles”. 

A Turquia acusou os países nórdicos de serem muito amigáveis com grupos militantes curdos que considera terroristas, ao mesmo tempo em que também está discordando dos embargos à exportação de armas. Nesta linha, a Turquia disse inicialmente que bloquearia a adesão da Finlândia e da Suécia à aliança. O alargamento da OTAN requer o acordo unânime de todos os membros atuais. Mas a Turquia abandonou suas objeções no mês passado, após chegar a um acordo com a Finlândia e a Suécia. 

“Turquia, Finlândia e Suécia assinaram um memorando que aborda as preocupações da Turquia, inclusive em relação à exportação de armas e à luta contra o terrorismo”, disse na ocasião o chefe da OTAN Jens Stoltenberg.  

Depois que ambos os países escandinavos apresentaram pedidos e a Turquia disse que estava deixando de lado suas objeções, a OTAN convidou formalmente a Finlândia e a Suécia a aderirem à aliança no final de junho. O próximo passo no processo é que as legislaturas de todos os 30 membros ratifiquem a adesão da Finlândia e da Suécia. 

A Finlândia e a Suécia – dois países historicamente neutros ou militarmente não-alinhados – se moveram para aderir à OTAN como uma resposta direta à invasão não provocada da Rússia à Ucrânia, marcando uma das consequências mais significativas da atuação de Putin em suas ambições imperialistas. De fato, a guerra da Rússia unificou o Ocidente de forma histórica.  

Mas líderes autocráticos como Erdogan, que dominam a OTAN – mas tendem a contar Putin como um amigo – expuseram fendas nessa unidade.  

Quando ele se encontrou com Putin e o presidente iraniano Ebrahim Raisi no Irã, na terça-feira, Erdogan mais uma vez se zerou dos grupos militantes curdos. 

Durante uma coletiva de imprensa conjunta com Raisi, o presidente turco disse que as milícias causam “grandes problemas” tanto para o Irã quanto para a Turquia. “Devemos lutar contra estas organizações terroristas em solidariedade e aliança”, disse ele, segundo o Moscow Times. 

Há anos a Turquia tem como alvo os militantes curdos na Síria, onde os militares russos exercem forte influência. Os EUA e outros países ocidentais têm colaborado estreitamente com as Forças Democráticas sírias lideradas pelos curdos na luta contra o ISIS. Isto aumentou as tensões entre Ancara e o Ocidente, e é um assunto no coração das repetidas ameaças de Erdogan de descarrilar as ambições da Finlândia e da Suécia no âmbito da OTAN.   

Enquanto estava no Irã, esperava-se que Erdogan instasse Putin a permitir a exportação de grãos da Ucrânia a fim de aliviar a escalada da crise alimentar global catalisada pelo bloqueio da Rússia aos portos ucranianos. A Ucrânia, frequentemente caracterizada como o celeiro da Europa, é um grande exportador de trigo, óleo de girassol e milho.  

A UE decretou o bloqueio da Rússia às exportações de alimentos ucranianos como um “crime de guerra”, pois especialistas alertam que o Kremlin está deliberadamente tentando provocar a fome nos países mais pobres como parte de sua estratégia mais ampla para ganhar sua guerra não provocada na Ucrânia. O Kremlin negou que a culpa é do Kremlin, culpando a situação na Ucrânia e as sanções ocidentais.  

Na semana passada, Istambul serviu de local para as conversações entre negociadores ucranianos e russos sobre as exportações de grãos da Ucrânia. Ao se reunirem em Teerã, Putin agradeceu a Erdogan por seus esforços para mediar as conversações. “Com sua mediação, avançamos”, disse Putin ao seu homólogo turco, noticiou o Moscow Times. “Nem todas as questões ainda foram resolvidas, mas o fato de haver movimento já é bom”. 

Fonte: Turkey’s Erdogan Threatens to ‘Freeze’ Sweden and Finland’s NATO Membership (businessinsider.com)  

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