Conselho judicial nomeia conselheiro principal de Erdoğan para o principal tribunal de apelação da Turquia
O conselheiro principal do Presidente turco Recep Tayyip Erdoğan, Veysel Bektaş, estava entre os 11 novos membros eleitos pelo Conselho de Juízes e Procuradores da Turquia (HSK) para a Suprema Corte de Apelações do país, informou a mídia turca na sexta-feira.
Bektaş, que foi nomeado conselheiro-chefe de Erdoğan em agosto de 2018, chegou anteriormente à atenção pública por alegações de nepotismo.
Foi revelado na mídia local no início deste ano que seu irmão, Mehmet Bektaş, era o chefe do conselho geral provincial de Çorum, enquanto seu sobrinho Zafer Bektaş era diretor provincial de meio ambiente e urbanização e a sobrinha Sümeyra Şengül a diretora provincial de cultura e turismo, também em Çorum.
O conselho também nomeou três novos membros para o Conselho de Estado, incluindo Esat Toklu, o controverso chefe do Tribunal Administrativo Regional de Ancara, de acordo com a mídia local.
Sedat Peker, o chefe de um dos mais poderosos grupos mafiosos da Turquia, que fez revelações chocantes no início deste ano sobre as relações Estado-máfia, tráfico de drogas e assassinatos que implicaram funcionários do Estado e seus familiares, alegou que foi Toklu quem anulou a decisão de revogar o passaporte de Sezgin Baran Korkmaz.
Korkmaz, que estava envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro nos EUA e foi acusado de envolvimento em corrupção em larga escala na Turquia, foi preso na Áustria em 19 de junho com base em um mandado dos EUA. Descobriu-se que Korkmaz também havia defraudado o Tesouro dos EUA e transferido ilegalmente dezenas de milhões de dólares para a Turquia.
Peker também alegou que Toklu “ficou rico” nos últimos cinco anos devido à extorsão de bens pertencentes a participantes do movimento Hizmet, um grupo baseado na fé acusado pelo governo turco de orquestrar uma tentativa de golpe em 15 de julho de 2016.
Erdoğan tem como alvo os participantes do movimento Hizmet desde as investigações de corrupção de 17-25 de dezembro de 2013, que implicaram o então Primeiro Ministro Erdoğan, seus familiares e seu círculo interno.
Descartando as investigações como um golpe do Hizmet e conspiração contra seu governo, Erdoğan designou o movimento como uma organização terrorista e começou a alvejar seus membros. Ele intensificou a repressão ao movimento após o golpe abortado que ele alegou ter sido orquestrado por Gülen, uma acusação fortemente negada tanto pelo clérigo quanto pelo movimento Hizmet.
Erdoğan e seu governo do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) são duramente criticados por destruir a separação de poderes no país e criar seu próprio judiciário, que age sob ordens do Erdoğan.
Fonte: Judicial council appoints Erdoğan’s chief advisor to Turkey’s top appeals court – Turkish Minute