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O Sultão Turco … e o divino Divã do século XXI

O Sultão Turco … e o divino Divã do século XXI
março 05
16:52 2020

O divã ou diwan (persa: دیوان, dīvān) era um alto funcionário do governo em vários estados islâmicos. O Divã também é sinónimo de Sublime Porta!

O primeiro DIVÃ foi criado no tempo do Califato de Omar (634–644) e teve períodos de existência e dinastias várias que o prolongaram até chegarmos, numa corrida por tempos remotos até aos Seljucidas que ocuparam a Sublime Porta e o Divã no século XI.

Estes grandes seljúcidas tendiam a valorizar suas origens nómadas, com os seus sultões administrando uma corte itinerante que percorria as várias capitais do Império. Na ausência do Sultão em campanha militar ou em delicada visita ao harém, era o vizir quem assumia uma proeminência maior, concentrando a direção de assuntos civis, militares e religiosos no seu próprio gabinete, o “supremo dīwān“.

Ou seja, o objeto (a Porta, O Gabinete, ou o Divã ultrapassaram em fama e importância o próprio Sultão e/ou o Grão_Vizir).

A Instituição DIVÃ incluía um departamento de contabilidade, um escritório de supervisão fiscal, o departamento do exército, por sua vez dividido no departamento de recrutamento e logística, o departamento de salário e terra além de outros “ministérios” maiores e menores como o da reparação de queixas, o do tesouro do estado, do tesouro e cofres privados do sultão, o dos confiscos e de imposto sobre a terra. Não faltava o negócio das dádivas religiosas. E até havia serviço de Correios, sem telégrafos nem telefones, mas a cavalo! Ou seja, parecia um qualquer dos países europeus atuais.

Porque lembramos o Império Seljucida?

Primeiro, por humildade.

A nossa administração publica europeia será melhor do que a Seljucida porque temos telemóveis e computadores.

Depois, porque Erdogan, muçulmano sunita, cuja esposa sai sempre coberta com o respeitável véu de cerimónia, tem toda a vontade de se sentar no DIVÃ imperial, do qual, quanto a mim, poderá cair com uma fratura do colo do fémur! Talvez tenha uma costela que não gosta das suas origens turco-persas, que eram xiitas. Desentendimentos religiosos, que vêm do negrume notívago dos tempos em que os cascos dos cavalos faziam vibrar as estepes!

Voltando à humilde vaca fria: o tal Império Seljucida foi um império muçulmano sunita turco-persa medieval.

Ia da Anatólia e do Médio Oriente até às montanhas do Hindu Kush, a oriente, incluía territórios da Ásia Central ao Golfo Pérsico, ao sul.

Tughril Beg (990-1063) e o irmão Chaghri Beg (989-1060) fundaram este Império em 1037, momento em que Portugal ainda não existia, mas o nosso território já era desejado por Fernando I de Leão e Castela.

Ou seja, tudo isto aconteceu pela madrugada dos tempos.

Os Seljucidas vindos lá do Mar de Aral avançaram primeiro por Khorasan, depois na Pérsia continental, antes de finalmente capturarem Bagdad, acabando por se banquetearem com a maior parte da Anatólia do Império Bizantino, ou seja a actual TURQUIA. Depois de 1150-1250, o império seljucida foi encolhendo e acabou por ser conquistado pelos Mongóis que dividiram a Anatólia em emiratos. Eventualmente, um deles, o otomano, conquistaria o resto do território.

Seljuk deu seu nome ao império e à dinastia seljucida. Os Seljucidas tinham forte influência persa na sua cultura e na língua em que falavam. Tribos turcas colocadas na periferia do noroeste do império, para impedir invasões de estados vizinhos, levaram a uma progressiva influência turca dessas áreas.

O presidente turco Recep Tayyip Erdoğan, obcecado com a ideia de ser o novo sultão otomano, fez ataques selvagens a cidades e vilarejos sírios no nordeste e noroeste da Síria, especialmente na cidade de Aleppo, que foi agora final e totalmente libertada da presença de grupos terroristas (Frente Al-Nusra) alguns dias atrás.

Politicamente falando, a libertação pelo exército sírio da cidade de Aleppo, levando à fuga de grupos terroristas, terá repercussões para todas as partes envolvidas no sangrento conflito na Síria, é a conclusão dos mais diversos comentadores políticos.

Um analista sírio deixou claro que a localização geográfica estratégica da cidade de Aleppo na rota comercial entre três continentes é a principal razão por trás do conflito internacional que se avolumou pela sua captura.

Todos perceberam que a posse ou a queda de Aleppo seria muito importante para atingir, ou não, a queda de Damasco.

A aliança sírio-russa-iraniana percebeu que defendê-la era vital.

O primeiro beneficiário da libertação de Aleppo é a Síria, que iniciou a batalha pela libertação de todas as áreas ocupadas no norte e se livra de grupos terroristas.

Após a libertação de Idlib, os grupos terroristas provavelmente tentarão escapar para a Turquia, que é a maior fortaleza de todas as formas de Islamismo político, para fazer com que Erdogan assuma a responsabilidade com que se comprometeu pela ação Síria. Vão pedir contas à Sublime Porta!

Isto coloca Erdogan num divã de impasse político e militar e pode torná-lo ou dependente ou numa marioneta da Rússia e do Irão.

Esperemos que isso obrigue Erdogan a reconhecer a legitimidade do governo sírio e a retirar as suas tropas de todas as áreas que ocupa no norte da Síria e restaurar as relações com a Síria dentro de uma nova estrutura baseada na igualdade.

Ou seja Erdogan vai ter de reconhecer que a SUBLIME PORTA é perigosa demais e que a ambição o lançou numa corrida contra um tempo que já não existe.

Israel foi-se meter no vespeiro, foi ajudar a atacar locais militares sírios e iranianos tentando abrir corredores militares para grupos terroristas se infiltrarem na região central para reorganizar a região.

Israel deve saber calcular qual é o risco de se candidatar a Grão-Vizir.

Fonte: https://www.jornaltornado.pt/o-sultao-turco/

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