Advogado turco pede prisão de ex procurador dos EUA, Preet Bharara
O procurador distrital dos EUA, Preet Bharara, que iniciou o julgamento do banqueiro turco Mehmet Hakan Atilla por violar sanções sobre o Irã pode pensar duas vezes quanto a colocar o pé na Turquia, depois que um advogado turco enviou um requerimento para sua prisão para o Ministério Público, informou o site de notícias Ahval.
Preet Bharara, o ex procurador distrital do Distrito do Sul de Nova Iorque, começou os procedimentos contra Atilla e o comerciante de ouro turco-iraniano Reza Zarrab depois que detalhes emergiram durante investigações de corrupção na Turquia em dezembro de 2013 de um esquema para burlar as sanções dos EUA sobre o Irã através da movimentação de dinheiro através do Halkbank, um banco estatal turco.
A investigação que se seguiu, e o testemunho de Zarrab durante o julgamento de Atilla em dezembro passado, envolveu as principais autoridades estatais turcas, incluindo o ex Ministro da Economia Zafer Caglayan, que supostamente aceitou propinas de vários milhões de dólares no esquema, e o Presidente Recep Tayyip Erdogan, que é dito ter dado ao esquema a permissão de seguir em frente.
O governante Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) alega que o julgamento nos EUA foi parte de uma longa série de tramas para derrubar o governo feita por seguidores de Fethullah Gulen, o clérigo islâmico turco acusado de arquitetar a tentativa fracassada de golpe de 2016 na Turquia.
Burak Bekiroglu, um advogado turco de uma associação civil anti-Gulen, enviou o documento a um procurador-geral na terça-feira, exigindo a emissão de um mandado de prisão oficial para Bharara e Michael Rubin, um acadêmico do American Enterprise Institute com uma lina notoriamente hostil para com o AKP.
Zafer Akin, Faruk Taban, Kemal Oksuz e Emre Celik, cidadãos turcos radicados nos EUA com supostas ligações a Gulen, também foram citados no documento, que recomendava que a Turquia colocasse um Aviso Vermelho da Interpol para a prisão deles.
Bekiroglu acusa os seis de “tentarem impedir o governo turco de funcionar,” “tentarem derrubar a ordem constitucional” e “usarem o judiciário para tentar dar um golpe,” referindo-se às investigações de corrupção de dezembro de 2013 e o julgamento iniciado por Bharara nos Estados Unidos.
“Talvez eu vou ser preso durante meu Podcast ao vivo no Apollo,” tuitou Bharara em resposta a notícias sobre a exigência de Bekiroglu.
Metin Kulunk, um deputado de Istambul pelo AKP conhecido por sua proximidade a Erdogan, tuitou seu apoio à exigência com uma foto da página de rosto do documento, que ele chamou de “118 páginas extremamente importantes,” e em seguida agradeceu a Bekiroglu por seus esforços.
Fonte: www.turkishminute.com