Líderes da UE criticam Turquia em nova polêmica com o Chipre
A tensão causada pela postura da Turquia nas águas do mar do Chipre voltaram a causar críticas dos líderes europeus por conta da “hostilidade” de Ancara no caso.
“Sou absolutamente contrário ao comportamento turco”, afirmou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, ao pedir que sejam investigadas as atitudes do governo de Recep Tayyip Erdogan na região.
Por sua vez, o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, informou que conversou com o presidente cipriota, Nicos Anastasiades, e que “expressou a solidariedade da União Europeia”.
“A Turquia está violando as regras do direito internacional com uma provocação inútil”, disse Tajani. Para ele, “ao mesmo tempo que a Turquia é candidata a fazer parte da UE, ela progressivamente se afasta da UE”.
A polêmica reacendeu na última semana, após militares de Ancara bloquearem um navio alugado pela companhia italiana Eni para extrair gás natural no mar. O governo do Chipre, por sua vez, denuncia que os turcos bloquearam, por mais de uma vez, o Saipem 12000 que ia de uma cidade do país até o sudoeste da região.
A questão do Chipre é um dos pontos mais delicados nas negociações entre turcos e os países-membros do bloco europeu.
Ancara reivindica parte do território do Chipre, invadido na década de 1970, e declarou uma área ao norte do país como “República Turca do Chipre do Norte”, “nação” que é reconhecida apenas pela Turquia.
O restante do território, pouco mais de 60%, pertence à República do Chipre, que pertence ao bloco europeu e que, portanto, permite a exploração de gás natural por empresas internacionais.