Ex-escritor de discursos de Erdogan ameaça o Movimento Gulen devido a caso de Zarrab
Aydin Unal, ex-escritor de discursos do presidente turco Recep Tayyip Erdogan e atualmente deputado do governante Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), na segunda-feira, ameaçou as pessoas do Movimento Gulen na Turquia, dizendo que dias mais duros jazem à frente como um resultado de um caso contra Reza Zarrab, um comerciante de ouro turco-iraniano que foi preso em Miami em março de 2016 sob acusações de evadir sanções dos EUA sobre o Irã.
Acusando Fethullah Gulen, erudito islâmico turco, de impulsionar o caso de Zarrab nos EUA, Unal em sua coluna publicada no jornal Yeni Safak disse: “De fato existem mais de 250.000 membros da FETO [um termo derrogatório cunhado pelo governante AKP para se referir ao Movimento Gulen] que ‘não são inteligentes’, não fogem, não poderiam fugir. Existe no todo cerca de 1 milhão na Turquia. O caso de Zarrab fará naturalmente que as condições dos membros da FETO mais difíceis”.
“Se o caso de Zarrab for usado como uma ataque político contra a Turquia, a paz dos membros da FETO na Turquia e em todo o mundo será mais difícil do que é hoje”, acrescentou Unal.
No meio de uma caça às bruxas que vem ocorrendo voltada ao Movimento Gulen, que é baseado na fé, o ministro do interior da Turquia, Suleyman Soylu, em 16 de novembro, disse que 48.739 pessoas tinham sido presas e oito estabelecimentos e 1.020 empresas confiscadas como parte de operações contra o movimento.
O ministro da Justiça da Turquia anunciou em 13 de julho que 169.013 pessoas estiveram sujeitas a procedimentos legais sob acusações de golpe desde o golpe fracassado. A Turquia suspendeu ou dispensou mais de 150.000 juízes, professores, policiais e servidores públicos desde 15 de julho de 2016 através de decretos do governo emitidos como parte do estado de emergência.
Unal, do AKP, alegou que o caso de Zarrab poderia ser positivo para o Presidente Erdogan nas eleições de 2019, não levaria a consequências econômicas graves e que o Ocidente e a OTAN perderiam a Turquia. Unal também destacou que a atual estrutura de mídia não permitiria que os EUA exercessem influência sobre as pessoas como fizeram duran 17 a 24 de dezembro de 2013.
Zarrab, um comerciante de ouro turco-iraniano, foi preso em Miami em março de 2016 sob acusações de evadir as sanções dos EUA sobre o Irã. Zarrab, 34, parou de aparecer no tribunal nos dois meses antes de seu julgamento agendado, levando o primeiro-ministro da Turquia a sugerir que havia alcançado um acordo de apelo com as autoridades americanas.
De acordo com a Reuters, o juiz Richard M. Berman, o juiz federal sênior do tribunal, contou aos júris em potencial, na segunda-feira de manhã, que Mehmet Hakan Atilla (47), um executivo do banco turco estatal Halkbank, seria a única pessoa em julgamento.
Zarrab e outras oito pessoas, incluindo o ex-ministro da economia da Turquia e três executivos do Halkbank, foram acusados de se envolverem em transações no valor de centenas de milhões de dólares para o governo do Irã e entidades iranianas de 2010 a 2015 em um esquema para evadir as sanções dos EUA.
Zarrab foi o principal suspeito em uma grande investigação de corrupção na Turquia que se tornou pública em dezembro de 2013, na qual, com outros do círculo interno do governo do AKP e o então Primeiro-Ministro Erdogan, por terem pago propinas a autoridades do Gabinete e funcionários do banco para facilitarem transações que beneficiassem o Irã.
Depois que Erdogan colocou o caso como uma tentativa de golpe para derrubar seu governo, orquestrada por seus inimigos políticos, vários promotores foram removidos do caso, policiais foram transferidos e a investigação contra Zarrab foi abandonada na Turquia.
Fonte: www.turkishminute.com