Premiê turco leva caça às bruxas anti-Gulen aos EUA
Binali Yildirim, o primeiro-ministro turco, exortou os muçulmanos nos EUA a se distanciarem de pessoas ligadas ao Movimento Gulen, inspirado por Fethullah Gulen, um erudito islâmico turco radicado nos EUA, informou a agência de notícias estatal Anadolu hoje.
Falando a um grupo de pessoas no Centro Diyanet da América (DCA), em Lanham, Maryland, Yildirim exortou exortou os muçulmanos que vivem nos EUA a ficarem longe de escolas e centros culturais afiliados ao Movimento Gulen.
“Não recebam apoiadores da FETO [um termo derrogatório cunhado pelo governante Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) para se referir ao Movimento Gulen] entre vocês e não permitam que eles enganem vocês”, disse Yildirim.
Gulen é um erudito, pregador e advogado social islâmico cujo comprometimento de décadas com a educação, diálogo interconfessional e altruísmo inspirou milhões na Turquia e por todo o mundo.
Erdogan e seu governo lançaram uma guerra aberta contra o Movimento Gulen logo após das operações de corrupção em dezembro de 2013 em que ministros e o filho do então Primeiro-Ministro Erdogan foram acusados de terem recebido propinas de um empresário iraniano para facilitarem transações que beneficiassem o Irã.
Depois que Erdogan colocou o caso como uma tentativa de golpe para derrubar seu governo orquestrada por seus inimigos políticos, vários promotores foram removidos do caso, policiais foram transferidos e a investigação de corrupção foi retirada.
Erdogan exortou publicamente as pessoas a não mandarem seus filhos a escolas do Movimento Gulen, a não lerem ou assistirem às suas mídias e a não colocarem seu dinheiro no Banco Asya. Todos eram legais mas estavam ligados ao Movimento Gulen.
Tribunais penais de paz, que foram estabelecidos pelo governo de Erdogan no meio de 2014, começaram a prender pessoas e a confiscar empresas, veículos de mídia e escolas ligados ao Movimento Gulen de junho de 2014 em diante.
Erdogan também acusa o Movimento Gulen de arquitetar a tentativa fracassada de golpe na Turquia em 15 de julho de 2016.
Gulen, que inspirou o movimento, negou fortemente ter qualquer papel no golpe fracassado e pediu por uma investigação internacional sobre o caso, mas o Presidente Erdogan — chamando a tentativa de golpe de “um presente de Deus” — e o governo iniciaram um amplo expurgo com o objetivo de limpar os simpatizantes do movimento de dentro das instituições estatais, desumanizando suas figuras populares e colocando-as em custódia.
A Turquia suspendeu ou dispensou mais de 150.000 juízes, professores, policiais e funcionários públicos desde 15 de julho. O Ministério da Justiça da Turquia anunciou em 13 de julho que 50.510 pessoas foram presas e 169.013 estiveram sujeitas a procedimentos legais sob acusações de golpe desde o golpe fracassado.
O governo confiscou pelo menos 1.068 empresas e 4.888 propriedades como parte de uma caça às bruxas voltada para o Movimento Gulen.
Fonte: www.turkishminute.com