FBI se recusou a analisar o caso de extradição de Gülen
A investigação federal sobre o ex-conselheiro de segurança nacional do presidente americano, Donald Trump, o general aposentado Michael Flynn, e seu filho, como parte de uma investigação sobre a interferência da Rússia na eleição de 2016, revelou que o FBI recusou uma exigência de analisar o pedido de 2016 da Turquia para extraditar o erudito islâmico turco Fethullah Gülen, informou o canal NBC News no domingo.
“Um ex-alto funcionário da lei disse que, nas semanas após a inauguração de Trump, pediram ao FBI que conduzisse uma nova análise do pedido de 2016 da Turquia para extraditar Fethullah Gülen,” dizia a reportagem.
“O FBI recuou do pedido porque a Turquia não havia fornecido informações adicionais que poderiam incriminar Gülen, depois de uma análise do caso durante a administração Obama, disse o funcionário. Não está claro se o pedido para se investigar Gülen veio de Flynn ou através dos típicos canais diplomáticos no Departamento de Estado.”
A equipe liderada pelo Conselheiro Especial Robert Mueller reuniu evidências o suficiente para trazer acusações na investigação do General Flynn, de acordo com o NBC.
Além de buscar mais informações sobre o trabalho de lobby de Flynn, incluindo se ele lavou dinheiro ou mentiu para agentes federais sobre seus contatos fora do país, os investigadores também estão examinando se Flynn tentou orquestrar a remoção de Fethullah Gülen dos EUA para a Turquia, acusado pelo Presidente Recep Tayyip Erdogan de arquitetar o golpe fracassado na Turquia em julho passado, em troca de milhões de dólares.
Gülen e o movimento que inspirou negam qualquer envolvimento na tentativa de golpe.
O FBI também está investigando um relato do ex-diretor da CIA James Woolsey ao The Wall Street Journal e ao canal MSNBC de que Flynn e autoridades turcas discutiram um possível plano de remover Gülen à força dos EUA.
Depois de ser expulso da Agência de Inteligência da Defesa em 2014 e se aposentar das forças armadas, Michael Flynn fundou a firma de lobby Flynn Intel Group, que recebeu 530.000 dólares no ano passado por um trabalho que o Departamento de Justiça diz ter beneficiado o governo da Turquia. Flynn não tinha se registrado como um lobista estrangeiro durante a época daquele contrato e fez isso retroativamente apenas no começo deste ano.
De acordo com o caso de Flynn com o Departamento de Justiça, o Flynn Intel Group foi contratado para reunir informações sobre Gülen e produzir um pequeno vídeo sobre suas descobertas. Flynn supostamente fez pelo menos uma reunião em setembro de 2016 com autoridades turcas na qual o ex-diretor da CIA Woolsey diz que um debate sobre sequestrar Gülen e levá-lo de avião para a Turquia ocorreu.
Ancara já há muito tempo exige a extradição de Gülen, um pedido que foi renovado após o golpe fracassado em julho de 2016. Contudo, o Departamento de Justiça supostamente não encontrou evidências o suficiente que ligassem Gülen à tentativa de golpe, apesar das caixas de documento que a Turquia submeteu aos EUA, alegando que dão sustentação à sua alegação.
Qualquer acordo de contrapartida tal como o suposto acordo entre Flynn e a Turquia seria ilegal, dizem as autoridades, de acordo com a reportagem do NBC.
Fonte: www.turkishminute.com