Regime de Erdogan deve gastar 5,5 bilhões na construção de 39 novas prisões
O regime do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, gastará 5,5 bilhões de liras turcas na construção de 39 novas prisões em várias províncias da Turquia, escreveu Cigdem Toker, em sua coluna de terça-feira no jornal Cumhuriyet.
De acordo com Toker, a construção de prisões constitui um novo campo de ganho de lucros usurpado pelo governo, que fez o processo de construção mais fácil e mais rápido ao emitir decretos como parte de medidas tomadas em extensões subsequentes do estado de emergência declarado após o golpe fracassado em 15 de julho de 2016.
De acordo com estimativas que Toker reuniu que cobrem um período de sete meses entre março e setembro de 2016, contratos públicos foram negociados para 39 novas prisões para vários tipos de arquitetura de prisão.
Destacando a enorme quantia de recursos públicos alocados para a construção, Toker afirmou que 5,5 bilhões de liras turcas devem ser gastos em apenas em prisões de um total de 13,7 bilhões de liras turcas do orçamento do Ministério da Justiça para o ano fiscal de 2018, a ser debatido no Parlamento em novembro.
Contratos de construção públicos são supostamente cedidos a empresários pró-governo.
Pelo menos 20.000 detentos são forçados a dormirem no chão pois a população prisional excedeu 229.000 pela primeira vez na história da Turquia, informou o site de notícias Haberturk na terça-feira.
De acordo com a reportagem, baseada em estimativas fornecidas pelo Ministério da Justiça, 229.790 pessoas estão em prisões com uma capacidade total de 207.339. Apenas 141.802 das 229.790 foram condenadas por um crime.
Outra reportagem em agosto afirmou que a população prisional total havia excedido os 224.000 enquanto que a capacidade prisional é de 202.000.
A Turquia possui um total de 384 prisões.
A uma pergunta sobre se o governo turco está elaborando novas regulamentações para diminuir o número de detentos em prisões, o Ministro da Justiça Abdülhamit Gül disse: “A justiça será prejudicada se regulamentações forem feitas em prol de ‘diminuir o número de presos e aliviar as prisões’.”
Mas em agosto de 2016, a Turquia soltou 38.000 detentos para criar espaço para as vítimas de um expurgo que vem ocorrendo, lançado logo após a tentativa fracassada de golpe em 15 de julho de 2016, em cadeias superlotadas.
O subsecretário do Ministério da Justiça anunciou em agosto que 38 novas prisões foram construídas no ano passado.
Kenan Ipek, subsecretário do Ministério da Justiça, em 6 de setembro disse que mais de 50 prisões estavam em construção para o encarceramento de pessoas ligadas ao Movimento Gülen, que o governo acusa de arquitetar o golpe fracassado. O Movimento nega fortemente qualquer envolvimento.
O Ministério anunciou em 13 de julho que 50.510 pessoas foram presas e que 169.013 foram sujeitas a procedimentos legais por acusações de golpe desde o golpe fracassado.
A Turquia suspendeu ou dispensou mais de 150.000 juízes, professores, policiais e servidores públicos desde 15 de julho de 2016 através de decretos do governo emitidos como parte de um estado de emergência.
Fonte: www.turkishminute.com