Alto comandante russo visitou secretamente a Turquia
O Chefe de Estado-Maior do exército russo, o Comandante Valery Gerasimov, no mês passado visitou secretamente a Turquia dois dias depois que o Major General Mohammed Bagheri, o Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, fez sua primeira visita à Turquia, informou Yeniçag no domingo.
De acordo com a reportagem, durante sua visita de um dia, que não foi anunciada à mídia, o comandante russo se encontrou com o Chefe de Estado-Maior turco, o General Hulusi Akar, mas não foi ver o Primeiro-Ministro Binali Yildirim nem o Presidente Recep Tayyip Erdogan.
O Ministro das Relações Externas turco, Mevlüt Çavusoglu, disse em 16 de agosto que Gerasimov visitaria a Turquia para discutir a situação na região de Idlib na Síria, mas nenhuma declaração além dessa foi feita sobre sua visita.
As visitas de Bagheri e Gerasimov vieram entre tensões entre os EUA e a Turquia por causa do apoio americano a militantes curdos no norte da Síria, que Ancara declarou serem terroristas, e as possíveis operações de Ancara na região de Afrin, que é controlada pelas Unidades de Proteção Popular (YPG) curdas.
O Ministério das Relações Exteriores turco no mês passado rechaçou observações feitas por Brett McGurk, o enviado presidencial espacial americano para a Coalizão Global contra o ISIL (Estado Islâmico no Iraque e no Levante) por alegar que houvesse uma ligação entre a Turquia e a presença de grupos afiliados a al-Qaeda na província de Idlib na Síria, onde a Turquia e a Rússia concordaram em deslocar tropas como parte de um acordo de desescalada intermediado pela Rússia em maio.
A Turquia está também acusando os EUA de enviar carregamentos de equipamentos militares em caminhões ao Partido da União Democrática (PYD) curdo sírio e às YPG, que a Turquia alega serem afiliados ao grupo terrorista Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Referindo-se ao apoio americano às YPG, Çavusoglu no mês passado disse: “A Rússia é mais enfática com a postura da Turquia perante as YPG do que os EUA são.”
Enquanto que o auxílio americano foi anunciado como sendo para operações contra o ISIL em Raqqa, a mídia pró-governo alegou que os suprimentos são para uma operação contra as áreas sírias que foram controladas pelos militares turcos e os militantes do Exército Sírio Livre (FSA) durante a Operação Escudo do Eufrates entre agosto de 2016 e março de 2017.
O vice Primeiro-Ministro e o porta-voz do governante Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), Bekir Bozdag, em 15 de agosto disseram que a Turquia está pronta para todos os cenários na Síria: “Todas as tropas estão em alerta. Nós não permitiremos um fait accompli [fato consumado].”
A reportagem do Yeniçag diz que o plano do Presidente Erdogan de conduzir uma operação contra a região de Afrin, que é controlada pelas YPG no norte da Síria não foi bem-vinda por Moscou ou Teerã, além de relatórios da inteligência e forças armadas turcas de que as condições não são apropriadas para a operação.
Relatórios militares recomendaram apenas uma operação limitada contra os grupos ligados à al-Qaeda na região de Idlib in coordenação com a Rússia e a Síria.
Fonte: www.turkishminute.com