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  • Relação EUA-Turquia dificilmente será revitalizada com eleição americana Especialistas indicam que o desfecho da acirrada eleição presidencial dos EUA na terça-feira deve ter um impacto limitado nas já tênues relações entre Washington e Ancara, embora a interação entre os presidentes possa ser um fator de influência....

Entrevista da NPR News com Fethullah Gulen, erudito islâmico turco

Entrevista da NPR News com Fethullah Gulen, erudito islâmico turco
julho 12
12:12 2017

Terça-feira, 11 de julho de 2017; Em uma entrevista que vai ao ar hoje no All Things Considered, Robert Siegel da NPR falou com Fethullah Gulen, um erudito islâmico que Erdogan, o presidente turco, culpa pela tentativa de golpe de julho passado. Gulen tem vivido em exílio nos EUA desde o final dos anos 90.

Trechos da conversa estão disponíveis abaixo:

Quando lhe perguntaram como ele responde à alegação de Erdogan de que ele é responsável por planejar o golpe de 15 de julho de 2016, Gulen disse: “Até hoje tenho sido contra todos os golpes. Sofri durante a intervenção militar de 27 de maio de 1960, e então novamente em 12 de março de 1971 e de novo em 12 de setembro de 1980, e eu fui alvo em 28 de fevereiro de 1997. Meu respeito pelos militares à parte, sempre fui contra intervenções. Não conheço as pessoas que tentaram fazer o golpe de 15 de julho. Eles podem me conhecer – eles podem ter participado de algumas palestras – não tenho ideia. Mas se eu fosse considerar essa ideia – se qualquer um entre esses soldados tivesse me chamado e contado o plano deles – eu diria a eles: ‘Vocês estão cometendo assassinato’”.

Sobre o futuro da Turquia: “Eu não vejo um futuro bom para a Turquia. Isso me machuca. Mas tenho alguma esperança, oro para que ela fique melhor. É um país abençoado, um membro da OTAN e foi um candidato à União Europeia. Essas era coisas que queríamos. Ver progresso na democracia, ver respeito pela diversidade de pensamento”.

Sobre por que ele vive na Pensilvânia: “Eu nunca realmente quis deixar a Turquia, mas tive alguns problemas de coração e um cardiologista na Clínica Mayo insistiu para que eu viesse para cá e recebesse tratamento. Portanto viajei para cá e enquanto eu estava no hospital, um promotor na Turquia abriu um caso contra mim, então fui aconselhado a permanecer aqui até que as coisas se acalmassem, mas isso nunca de fato aconteceu”.

Quando lhe perguntaram sobre o pedido da Turquia de que os EUA o extraditasse, ele disse: “Acho que os Estados Unidos são conscientes de sua reputação que vem de sua democracia e estado de direito, e se eles estão dispostos a arriscar essa reputação ao me extraditar baseados no pedido e alegações feitos pela Turquia, eu nunca diria não. Eu iria voluntariamente. Estou vivendo maus anos finais. Mesmo se eles decidirem me matar ou me envenenar ou trazer de volta a sentença de morte para me enforcar. Quando eu era um jovem imã, estive presente na execução de dois homens, e lhes perguntei sobre o desejo final deles. Se eles me perguntarem qual é o meu desejo final eu diria: a pessoas que causou todo esse sofrimento e oprimiu milhares de inocentes, quero cuspir em sua cara”.

Fonte: www.npr.org

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