Erdogan pede por uma caça às bruxas expandida contra seguidores de Gulen
Tendo expurgado mais de 150.000 pessoas de empregos estatais e prendido mais de 50.000 devido a supostas ligações com o Movimento Gulen, que é baseado na fé, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, no domingo, pediu às pessoas que informassem sobre atividades dos seguidores de Gulen, dizendo que se não conseguissem fazer isso, seriam responsabilizados.
“Onde quer que seja que vocês encontrem ou saibam de um membro da FETO [um termo derrogatório cunhado pelo governo do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) e por Erdogan, para se referirem a membros do Movimento Gulen] vocês vão delatar eles para a gente. Se vocês não informarem a gente, vocês serão responsabilizados”, disse Erdogan durante um evento organizado pela filial em Istambul de seu partido AKP para marcar o Eid al-Fitr.
“Nós vamos responsabilizar o que dividem a Ummah”, acrescentou ele.
A Turquia sobreviveu a uma tentativa de golpe militar em 15 de julho que matou mais de 240 pessoas e feriu mais de mil outras. Imediatamente após a tentativa de golpe, o governo do AKP juntamento ao Presidente Erdogan colocaram a culpe no Movimento Gulen.
Fethullah Gulen, que inspirou o movimento, negou fortemente ter qualquer papel no golpe fracassado e pediu por uma investigação internacional sobre ela, mas o Presidente Erdogan – chamando a tentativa de golpe de “um presente de Deus” – e o governo iniciaram um amplo expurgo com o objetivo de limpar os simpatizantes do movimento de dentro das instituições estatais, desumanizando suas figuras populares e colocando-as em custódia.
A Turquia suspendeu ou dispensou mais de 150.000 juízes, professores, policiais e funcionários públicos desde 15 de julho de 2016.
De acordo com uma reportagem da agência de notícias estatal Anadolu em 28 de maio, 154.694 indivíduos foram detidos e 50.136 foram presos devido a supostas ligações com Gulen desde a tentativa de golpe fracassada.
O governo do AKP confiscou um total de 942 empresas com um valor total de 40,5 bilhões de liras turcas desde a tentativa fracassada de golpe, de acordo com uma declaração do Vice Primeiro-Ministro Nurettin Canikli.
O capital social total das empresas confiscadas é de 18,1 bilhões de liras turcas, enquanto que seu volume de negócios combinados é de 21,5 bilhões de liras turcas, de acordo com um relatório do Fundo de Seguros de Depósitos de Poupança (TMSF).
Juntas, as empresas confiscadas empregam uma força de trabalho de 44.868.
Fonte: www.turkishminute.com