Conselheiro investigará ligações de Michael Flynn com Turquia
Robert Mueller, o conselheiro especial investigando possíveis laços entre a campanha eleitoral do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a Rússia, está expandindo sua investigação para assumir controle de uma investigação sobre o ex-assessor de segurança nacional Michael Flynn, disseram três fontes à Reuters.
A ação significa que o inquérito político de Mueller agora irá analisar os trabalhos pagos feitos por Flynn como lobista para um empresário turco em 2016, além dos contatos entre autoridades russas e Flynn e outros associados de Trump durante e depois da eleição presidencial de 8 de novembro.
Procuradores federais na Virgínia estão investigando um acordo entre Flynn e o empresário turco Ekim Alptekin como parte de uma investigação criminal de grande júri, de acordo com uma intimação vista pela Reuters.
A companhia de Alptekin, a Inovo BV, sediada na Holanda, pagou consultoria de 530 mil dólares para Flynn entre setembro e novembro para produzir um documentário e pesquisas sobre Fethullah Gulen, um clérigo exilado turco que vive nos EUA. O presidente turco, Tayyip Erdogan, culpa Gulen por uma tentativa fracassada de golpe em julho do ano passado.
Alptekin, um aliado de Erdogan, disse à Reuters que contratou Flynn para providenciar pesquisas sobre como Gulen está “envenenando a atmosfera” entre a Turquia e Estados Unidos.
Gulen negou qualquer papel no golpe e rejeita acusações turcas de que comanda uma organização terrorista.
O grande júri na Virgínia emitiu intimações para alguns dos associados comerciais de Flynn envolvidos no trabalho para a Inovo, disseram duas pessoas familiares à investigação. A intimação vista pela Reuters busca registros bancários, documentos e comunicações relacionadas a Flynn, sua companhia, Flynn Intel Group, Alptekin e a Inovo.
O advogado de Flynn, Robert Kelner, não respondeu a questões sobre o trabalho de Flynn para a Inovo ou sobre a investigação de Mueller. Um porta-voz de Mueller se negou a comentar.
Alptekin se negou a comentar quando perguntado sobre a investigação sobre Flynn e se ele ou outra pessoa que conhece foram intimados.
(Por Nathan Layne, Mark Hosenball e Julia Edwards Ainsley)
Originalmente publicado em: extra.globo.com