O Partido da Unidade Democrática (PYD), principal formação política curdo-síria, rejeitou neste domingo o acordo para a redução da violência em várias regiões do país, apoiado por Rússia, Irã e Turquia.
O porta-voz do PYD, Yuan Mustafa, disse à Agência Efe que o pacto é apenas uma forma de “prolongar” a crise da Síria e de voltar a delimitar áreas sem a “garantia no terreno”.
Desde ontem está em vigor um acordo para reduzir a violência em várias zonas da Síria, como em Idlid, no norte, e em partes das províncias vizinhas, como Latakia, Hama e Aleppo. Também estão no pacto a região de Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco, o norte de Homs, no centro, e Deraa e Al Quneitra, ambas no sul do país.
Mustafa criticou as concessões feitas à Turquia que, segundo o porta-voz da PYD, ocorrem “no marco da luta contra o projeto democrático das Forças da Síria Democrática (FSD)”.
“O pacto não pede a proteção do povo sírio, nem o fim da guerra, mas sim a continuação do bombardeio contra regiões curdas. Qualquer recuperação síria deve incluir todas as partes, e não só quem impõe a vontade turca ou iraniana”, disse.
O acordo foi anunciado durante a última rodada de diálogo em Astana, realizada na última quinta-feira, e que contou com representantes de Rússia, Turquia, Irã, do regime do presidente da Síria, Bashar al Assad, e de líderes da oposição, sem incluir a FSD.
A FSD é uma aliança armada liderada por milícias curdas que recebe o apoio dos Estados Unidos. Em meados de março de 2016, o PYD e outros grupos declararam um sistema federal nas regiões controladas pelo braço militar curdo no norte da Síria.
“A Turquia é um Estado ocupante na Síria e que apoia os terroristas. Recep Tayyip Erdogan é participante no derramamento de sangue sírio, e o Irã também. Como podemos ter garantias de segurança e redução da tensão?”, questionou Mustafa.
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