Erdogan: Velejar sob cores falsas
Vários anos após a derrota da Alemanha nazista, o fascismo mais uma vez começou a entrar na moda entres os líderes de hoje em dia. Ele tem aumentado através do mundo em ondas de patriotismo, que é como o nazismo surgiu na Alemanha e Hitler veio ao poder. Ele está se espalhando por toda a Europa e outros países asiáticos. O crescimento do fascismo e do neonazismo foi ignorado até agora como sendo o movimento de um punhado de jovens mal guiados. Contudo, as coisas mudaram nos últimos dois anos, pois líderes fascistas começaram a ganhar os corações das pessoas através da sempre crescente onda de xenofobia e racismo alimentados por temores de jihadistas wahhabitas.
O fascismo tem se espalhado como um vírus e um dos principais bastiões do mundo de secularismo, a Turquia, tem de forma lenta e firme se convertido ao Islã radical sob a liderança do curdofóbico e sufifóbico Recep Tayyip Erdogan. Ele vem mudando a Turquia passo a passo em direção do fascismo através da censura, sufifobia e de um punho de ferro sobre a repressão do exército contra as minorias curdas e contra os sufis. A Turquia mudou desde que Erdogan tomou as rédeas do poder. A “Era de Erdogan” transformou ela em um país que adotou a violência, ameaças e apoio ao terrorismo como ferramentas de política externa. Ele elogiou e apoiou abertamente Hitler, depois do que ele foi trolado nas mídias sociais. Ele até ameaçou bloquear o Twitter e outras mídias sociais no país.
Erdogan era membro do “Partido do Bem-Estar Social” (Welfare Party), um partido de ideologia wahhabita extrema fundamentalista, que foi declarado inconstitucional em 1998 sob a justificativa de ameaçar o secularismo da Turquia e foi fechado pelo tribunal constitucional turco. Ele foi preso por recitar um poema com versos incitando à violência jihadista. Ele mais tarde fundou o AKP (Partido da Justiça e do Desenvolvimento), uma ramificação da Irmandade Muçulmana, que chegou ao poder em 2002. Desde então ele focou no crescimento econômico alimentado por financiamento wahhabita vindo da Família Real do Catar para seguir os planos wahhabitas. Armado com uma prosperidade econômica crescente, ele tem introduzido lentamente o plano de promover o fanatismo religioso e a partir disso ferir a estrutura constitucional de secularismo da Turquia.
Sob sua liderança, a Turquia seguiu o Paquistão nessa rota ao usar abertamente terroristas para avançar seus planos de política externa. É um fato bem conhecido que o Exército Turco atacou abertamente a Síria e o Iraque se escondendo atrás do Estado Islâmico (ISIS) e outros assim chamados rebeldes moderados (na verdade iguais ou piores que o ISIS). Ele apoiou abertamente a política de terroristas bons e maus ao rotular todas as organizações fanáticas, incluindo ramificações da al-Qaeda (como a al-Nusra), como rebeldes moderados. Como no Paquistão, os terroristas treinados pela Turquia voltaram para casa para fazer alguns atentados a bomba e mataram muitas pessoas. Esses tipos de atentado ajudaram Erdogan a fortalecer ainda mais seu domínio sobre o poder na Turquia e podar a liberdade doméstica em nome do controle do terrorismo.
A Turquia tem lenta porém firmemente se movido em direção do radicalismo sob a tutela de seu atual presidente, Recep Tayyip Erdogan. É um fato bem conhecido que Erdogan abriga um sonho de reavivamento do califado próximo ao seu coração, com ele mesmo como califa, e isso é de fato uma ideia de seu mestre político, Hassan al-Banna, o fundador da Irmandade Muçulmana. Sua busca por sonhos de califado é um dos principais fatores por detrás do surgimento do ISIS. Sob sua presidência, o Exército Turco recebe a culpa por treinar organizações terroristas, mas também por apoiar ataques contra os territórios soberanos da nação síria e iraquiana. O Exército Turco marchou com organizações terroristas da mesma forma que o Exército Paquistanês marchou com terroristas em Kargil e na Caxemira.
Ele tomou a liderança dos déspotas da África e Coreia do Norte quanto a prender jornalistas, de acordo com o Comitê para Proteger Jornalistas (CPJ) em 2012 e 2013. Os casos de prisão de jornalistas diminuiu desde 2014, o que se deve em sua maioria aos jornalistas aprendendo a lição e evitando alegações diretas contra o governo. Além disso, a máquina do governo para a repressão na Turquia encontrou novos alvos, como por exemplo o erudito islâmico turco radicado nos EUA Fethullah Gulen que com suas ideias inspirou o movimento social global Hizmet. Incidentalmente o “golpe” (?) ajudou Erdogan a aumentar seu controle sobre o poder e neutralizar a ameaça de um golpe real pelo Exército. Essa única jogada ajudou ele a atacar o renomado líder sufi, Fethullah Gulen, e sua rede de instituições educacionais. Ele tem exigido a prisão e extradição de Gulen dos EUA. Ele pode até chantagear o presidente americano, Donald Trump, ao ameaçar cortar o acesso a estratégica base aérea em Incirlik, que feriria os interesses militares americanos na região.
Erdogan se tornou cada vez mais paranoico e autoritário ao longo dos anos de regime. Ele culpou Fethullah Gulen pela tentativa frustrada de golpe do ano passado na Turquia e continua falando de boca cheio aos sete ventos sobre as supostas conexões terroristas de Gulen (ignorando suas próprias raízes extremistas e as profundas conexões wahhabitas da Irmandade Muçulmana). É um fato sabido por todos que Gulen é bem conhecido ativista educacional e humanitário, sendo o inspirador e mentor de uma rede mundial de instituições educacionais com uma mensagem de harmonia interconfessional, que já foi apoiada pelo Governo Turco (agora subvertido por seu presidente wahhabita). Ele está exercendo pressão sobre os governos de países onde essas Instituições operam para fechar as Instituições ligadas a Gulen, apesar de seu bom histórico quanto a acusações falsas de apoiar o terrorismo.
A diferença entre o wahhabismo e o sufismo é mesma entre o ódio e o amor, e o mundo sabe qual dos dois passa mensagens de paz e qual apoia organizações, como o ISIS, como sendo os pilares dessas ideologias. É um fato bem estabelecido que a família Erdogan se beneficiou com o surgimento do ISIS e comprou petróleo ao um preço mínimo do ISIS por segurança do petróleo. Ele chegou ao ponto de atacar um caça russo quando a Rússia se juntou à batalha contra o terrorismo em apoio à Síria. O fascismo emergente na Turquia ameaça o mundo com o surgimento de outra nação oportunista que apoia o terrorismo, como o Paquistão, o que pode ser uma ameaça maior à paz global em virtude de ser a porta entre a Europa e o Oriente Médio devido a sua posição estratégica. O mundo precisa se erguer de seu sono e das as mãos contra o crescimento do fascismo na Turquia.
Akhlaq Ahmed Usmani
Editor do site DiplomacyToday.in
Fonte: www.diplomacytoday.in