Jornalista turco Ahmet Sik detido por “propaganda terrorista”
Ahmet Sik, repórter e jornalista do jornal Cumhuriyet, foi detido pela polícia em Istambul no começo da quinta-feira por suposta “propaganda terrorista”.
Sik não foi notificado sobre a razão da detenção de acordo com o advogado Can Atalay, mas a Agência de Notícias Anadolu (AA), que é dirigida pelo estado, relatou que Sik foi detido por “propaganda terrorista” e humilhar publicamente a República da Turquia, seu judiciário e forças militar e policial.
Sik tuitou usando sua conta pessoal no Twitter que ele estava sendo detido como parte de uma investigação relacionada a um de seus tweets.
Gözaltına alınıyorum. Bir twittle ilgili olarak savcılığa götürülecekmişim.
— ahmet şık (@sahmetsahmet) 29 de dezembro de 2016
De acordo com a agência de notícias estatal, Sik foi detido por sua entrevista com o executivo Cemil Bayik do Partido terrorista dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e por suas colunas que questionaram os controversos caminhões da Organização da Inteligência Nacional (MIT) que estavam supostamente levando armas para grupos ilegais na Síria.
Em 26 de dezembro, uma conta no Twitter pró-Erdogan com informações privilegiadas alegou que 154 jornalistas em breve passariam por uma investigação.
Divulgando os nomes dos jornalistas, a conta BASKENTCI destacou que alguns dos jornalistas já estão na prisão.
Ilhan Tanir, Amberin Zaman, Banu Guven, Ceyda Karan, Ahmet Sik, Fehim Tastekin, Hayko Bagdat, Pinar Ersoy, Said Sefa, Pelin Cengiz e Ahmet Memis estavam entre os jornalistas listados pelo informante.
A lista de jornalistas foi vazada horas depois que times da polícia turca detiveram mais dezenas de jornalistas durante batidas simultâneas em Istambul e Diyarbakir.
Em março de 2011, sob o regime do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), Ahmet Sik havida sido preso por acusações de “filiação à organização terrorista Ergenekon” juntamente ao jornalista Nedim Sener. Ambos foram soltos em março de 2012.
Na época, Sik argumentou que ele foi preso por escrever um livro contra o movimento Gulen (Hizmet) como resultado de um complô dos simpatizantes do movimento dentro da burocracia. O governo do AKP tem empreendido um expurgo massivo contra o movimento Gulen de pois de o rotular como uma organização terrorista, especialmente depois da tentativa fracassada de golpe de 15 de julho. Mais de cem mil pessoas, incluindo policiais, juízes e promotores foram dispensados e substituídos.
Fonte: www.turkishminute.com