Turquia julga supostos envolvidos na tentativa de derrubar presidente
Começou nesta terça-feira (27), em Istambul, o primeiro julgamento de supostos envolvidos no golpe de Estado frustrado de 15 de julho, na Turquia.
No tribunal, 29 policiais são acusados de desobedecer ordens para proteger o palácio presidencial, segundo a agência estatal Anadolu.
Promotores querem penas de prisão perpétua para 21 dos acusado, por “tentativa de derrubar a ordem constitucional e o governo”, e de 15 anos de prisão para os outros oito, por “associação à organização terrorista armada”. As primeiras audiências devem durar quatro dias, de acordo com a Anadolu.
“Vamos garantir que os culpados, no âmbito do Estado de direito, recebam a maior punição possível”, declarou Orhan Cagri Bekar, secretário-geral da Associação de 15 de julho, criada para defender as vítimas do golpe frustrado.
A imprensa está proibida de entrar no prédio com câmeras e outros equipamentos. A segurança no tribunal de Silivri foi reforçada por grande aparato policial.
Desde a tentativa de derrubada do presidente Recep Tayyip Erdogan, cerca de 40.000 pessoas foram presas no país.
EXPURGO
A tentativa de golpe de 15 de julho, que contou com tanques e helicópteros e quase teve sucesso, deixou mais de 270 mortos. Erdogan tem sufocado o país desde então, em um cenário de constante piora das liberdades civis, levando a atritos com a União Europeia.
Mais de 100.000 pessoas, incluindo militares, policiais, funcionários públicos e do setor privado, foram demitidas ou suspensas.
Especialistas ouvidos recentemente pela Folha preocupavam-se que o ambiente de perseguições leve a uma fuga de cérebros. Ademais, as milhares de detenções causam a discriminação de determinados setores sociais.
Fonte: www.folha.com.br