Jornalista pró-Erdogan: os seguidores de Gulen deveriam ser mantidos em campos de detenção
Cemil Barlas, um apoiador ferrenho do Presidente Recep Tayyip Erdogan e comentarista do canal de televisão pró-governo A Haber, disse durante um programa na segunda-feira que os seguidores do movimento Gulen (Hizmet), que o governo acusa de estar por detrás da tentativa fracassada de golpe em 15 de julho, devem ser mantidos em campos de detenção e deveriam receber ticket alimentação já que o governo confiscou a maioria de seus bens.
Alegando que o governo dispensou mais de 150.000 pessoas ligadas ao movimento Gulen de empregos no estado, Barlas disse que o governo deve encontrar uma solução para o problema de como essas pessoas viverão já que seus bens foram confiscados e ninguém os empregará por causa de suas ligações com o movimento.
“Quase 150.000 deles foram postos para fora [de seus empregos]. Agora eles não tem dinheiro algum. Deveria haver uma solução para isso. Por exemplo, eles poderiam receber ticket alimentação ou serem trancados em algum lugar [como um campo de detenção]. No total haverá cerca de 500.000 deles, sem uma casa, sem dinheiro e ninguém quer ser visto com eles. Suas vidas foram anuladas”, disse ele.
Comparando os seguidores de Gulen com refugiados sírios sem teto vivendo nas ruas de Istambul, Barlas disse que a maioria desses sírios já encontraram trabalho; contudo, ninguém dará empregos para seguidores de Gulen.
A Turquia sobreviveu a uma tentativa de golpe militar em 15 de julho que matou mais de 240 pessoas e feriu mais de mil outras. Imediatamente após a tentativa de golpe, o governo juntamente ao Presidente Erdogan colocaram a culpa sobre o movimento Gulen.
Apesar de Fethullah Gulen, o erudito islâmico turco cujas ideias e opiniões inspiraram o movimento, e o próprio movimento terem negado a acusação, Erdogan – chamando a tentativa de golpe de “um presente de Deus” – juntamente ao governo lançaram um amplo expurgo com o objetivo de limpar os simpatizantes do movimento de dentro das instituições estatais, desumanizando suas figuras populares e colocando-os sob custódia.
Cerca de 115.000 pessoas foram expurgadas de órgãos estatais, já passando de 82.000 foram detidas e mais de 41.000 foram presas desde a tentativa de golpe. Entre os presos estão jornalistas, juízes, promotores, policiais e militares, acadêmicos, governadores e até um comediante.
Fonte: www.turkishminute.com