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A lista de inimigos da Turquia está crescendo conforme Erdogan se prepara para a aliança com Putin na Síria

A lista de inimigos da Turquia está crescendo conforme Erdogan se prepara para a aliança com Putin na Síria
agosto 25
11:47 2016

SÍRIA – Você conseguir identificar as prioridades da lista de antagonistas estrangeiros do Presidente Recep Tayyip Erdogan a partir das reações a um massacre diz muito sobre a Turquia pós-golpe fracassado. A culpa de uma matança de pelo menos 50 convidados em um casamento curdo feita por um homem-bomba, na cidade fronteiriça de Gaziantep, no sábado, foi rapidamente posta sobre o Estado Islâmico (ISIS). Erdogan disse que o ISIS “provavelmente” é o culpado. Certamente o alvo se encaixa no histórico horripilante do ISIS.

Mas então o vice primeiro-ministro de Erdogan, Mehmet Simsek, alargou o escopo dos inimigos da Turquia. Descrevendo a matança como “bárbara” – o que, com certeza, foi – ele então listou os “grupos terroristas” que estavam atacando a Turquia: o PKK (Partido Dos Trabalhadores do Curdistão), o ISIS e os seguidores de Fethullah Gulen, o exilado e um tanto excêntrico clérigo que Erdogan ainda alega ter organizado a tentativa de golpe militar em julho.

Uma lista impressionante de alvos a serem provocados por causa de uma atrocidade em um casamento. E todos esses “terroristas”, devemos supor, também terão que ser esmagados por um exército e uma força policial que se encontram despedaçados pelo expurgo que aconteceu como consequência do golpe-que-não-foi.

A lista contém suas próprias estranhezas. Se o PKK tinha que ser mencionado ao mesmo tempo que o ISIS, especialmente em reação ao assassinato de curdos, então também devemos lembrar que os Turcos veem a corajosa pequena milícia das Unidades de Proteção do Povo (YPG) do norte da Síria como parte do mesmo PKK “terrorista”. E essa é a mesma YPG que tem recebido ajuda da força aérea americana em sua luta contra o ISIS.

O mais interessante, contudo, é a ausência na lista daquela instituição que Erdogan tem tentado destruir pelos últimos quatro anos: o governo sírio de Bashar al-Assad.

Poucos turcos acreditariam que o regime sírio teve qualquer coisa diretamente relacionada com o atentado em Gaziantep. Mas depois de seu passeio para ir ver o Czar Vladimir em São Petersburgo, o Sultão Erdogan parece perceber que a Turquia realmente tem que reduzir o número de inimigos que tem.

Figuras de oposição sírias na Turquia ficaram alarmadas pelos relatos de conversas secretas entre Damasco e Ancara – através do que os franceses costumavam de chamar de “interlocuteurs valables”, ou pessoas que tem a confiança dos dois lados – e um comentário aparentemente perdido feito pelo primeiro-ministro turco um pouco antes da tentativa de golpe (e antes do encontro em São Petersburgo), tanto que um dia as relações com a Síria terão que ser restauradas.

Claramente o novo amor de Erdogan pela Mãe Rússia tem um preço. O Czar com certeza falou de sua própria afeição por Bashar – e do papel da Turquia em tentar esmagar o governo que Moscou apoia com suas forças amadas – no encontro deles. Poderia ser, então, que o Sultão está tentando renovar sua antiga amizade com o Leão de Damasco? Tenha certeza de que está.

Seja quem for que queira culpar pelo atentado em Gaziantep, Erdogan tem que ter a consciência de que essas atrocidades que agora são comuns são um resultado direto de sua decisão pessoal de se envolver na guerra síria. Ao ter flertado com o ISIS (deixando seus apoiadores cruzarem a fronteira turca para se juntarem ao culto e depois deixando empresários selvagens da Turquia comprarem todo o petróleo exportado pelo ISIS) e recomendar sua guerra com os curdos, e ter sobrevivido (por um triz) a um golpe que ele alega ter sido planejado pelo seu aliado que virou arqui-inimigo Gulen, Erdogan governa agora uma Turquia que se parece, a cada dia, mais com o Paquistão após ter assumido o papel de principal fornecedor dos mujahedin afegãos no começo dos anos 80.

Há um ditado já um tanto desgastado em Damasco que a Síria nunca mais será a mesma novamente quando a guerra lá acabar. Mas a verdade é que a Turquia também nunca mais será a mesma quando o conflito terminar. Será interessante ver quem o presidente da Turquia será quando esse dia chegar.

Fonte: www.independent.co.uk

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