Advogado apresenta queixa contra 4 ex-ministros do AKP
O advogado Burak Bekiroglu apresentou uma queixa contra quatro antigas figuras importantes do Partido do Desenvolvimento e da Justiça (AKP), acusando eles de serem membros de uma suposta organização terrorista que o governo alega estar por detrás da tentativa de golpe fracassada.
A queixa foi apresentada contra o antigo vice Primeiro-Ministro Bulent Arinc, o ex Ministro da Educação Huseyin Celik, o ex Ministro da Juventude e do Esporte Suat Kilic e o ex Ministro da Justiça Sadullah Ergin.
Essas figuras importantes do AKP foram acusadas de participarem e gerenciarem a assim chamada Organização Terrorista Fethullahista [FETO], que é usada pelo judiciário apoiado pelo governo para enquadrar simpatizantes do movimento Gulen.
Um grupo de soldados rebeldes, atuando fora da cadeia de comando, tentaram dar um golpe militar por volta das 22:00 de 15 de julho, o que deixou mais de 250 pessoas – incluindo civis – mortas.
O governo turco conseguiu acabar com a tentativa de golpe e lançou uma repressão de larga escala por todo o país sobre a mídia, servidores públicos, juízes, promotores e professores, juntamente a rebeldes entre os militares. As detenções, prisões e expurgos massivos que seguiram a repressão se ampliaram e aumentaram depois que um estado de emergência ter sido declarado em 20 de julho, concentrando poder formalmente nas mãos de Erdogan ao permitir que ele e seu gabinete façam leis por decreto.
O Presidente Recep Tayyip Erdogan acusou o movimento Gulen de estar por detrás da tentativa de golpe e exigiu a extradição do erudito islâmico turco Fethullah Gulen dos EUA. Milhares de servidores públicos, juízes, promotores e jornalistas foram detidos pela polícia turca por supostamente terem ligações com o movimento Gulen.
Gulen recentemente publicou uma declaração condenando a tentativa de golpe militar fracassada na Turquia, chamando as alegações de seu envolvimento “ofensivas”.
O movimento Gulen é uma iniciativa social de base inspirada por Gulen e que realiza atividades de caridade por todo o mundo, incluindo educação, distribuição de ajuda humanitária e o fornecimento de água potável, especialmente em países africanos.
Não se considera que o movimento Gulen tenha influência sobre os militares turcos, que são conhecidos por suas raízes kemalistas e que portanto são contra o movimento Gulen. Os militares rebeldes que tentaram dar um golpe se denominaram de “Conselho da Paz em Casa”, em uma declaração que fizeram ser transmitida a força através da emissora estatal TRT na noite de sexta-feira. O nome é uma referência a “Paz em casa, paz no mundo”, que uma frase famosa de Mustafa Kemal Ataturk, o fundador da República da Turquia.
Desde que uma investigação de corrupção eclodiu em 17 de dezembro de 2013, levando à renúncia de quatro ministros do Gabinete, Erdogan lançou uma caça às bruxas direcionada a donos de lojas, professores, membros do judiciário, jornalistas e policiais que são acusados de serem afiliados ao movimento Gulen, que também é conhecido como o movimento Hizmet. A investigação de corrupção envolveu o então Primeiro-Ministro Erdogan, membro de sua família e grandes figuras do Partido do Desenvolvimento e da Justiça (AKP).
Erdogan acusou o movimento Gulen de tramarem a derrubada de seu governo e disse que simpatizantes do movimento dentro da polícia tinham fabricado o escândalo de corrupção. Desde então, centenas de policiais foram detidos e alguns presos por suposta atividade ilegal ao longo da investigação de corrupção. Erdogan disse abertamente que realizaria uma “caça às bruxas” contra qualquer um com ligações ao movimento. O movimento Gulen rejeita veementemente as alegações levantadas contra ele.
Fonte: www.turkishminute.com