Golpista diz: “ Não sou um gulenista ”
Um dos perpetradores da tentativa de golpe de 15 de julho de 2016, disse que o governo “pode enforcá-lo se quiser” e que ele é um “golpista, não um membro da FETO, não sou um gulenista, ou “Organização Terrorista Fethullahista”, nome dado ao Hizmet (também conhecido como Movimento Gulen) por membros do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP).
O Major General Gokhan Sahin Sonmezates, que recebeu a tarefa de atacar o hotel em que o Presidente Recep Tayyip Erdogan estava se hospedando, quando a tentativa de golpe estava sendo executada. Ele disse, após ser preso, que não é um membro do FETO, de acordo com uma reportagem pelo portal de notícias Grihat.
Ao confessar ter cometido um grande crime e que de fato estava a caminho de capturar Erdogan e levá-lo de Marmaris para Ancara, Sonmezates pediu que sua esposa se divorciasse dele que seus filhos mudassem seus sobrenomes, de acordo com o Sabah, jornal pró-governo.
“Eu estava na brigada tentando montar um golpe. Fomos a Marmaris para capturar Erdogan. Sei que a punição para isso é a pena de morte. Não sou um gulenista”, disse ele.
Um grupo de soldados tentaram dar um golpe militar por volta das 10 da noite na última sexta-feira, com tanques passando pelas ruas de Ancara e Istambul e soldados bloqueando a Ponte do Bósforo e a Ponte Fatih Sultan Mehmet. A alegação dos militares pela tomada de controle foi anunciada pela emissora estatal TRT depois que soldados rebeldes invadiram seu prédio. A âncora disse que os militares tinham imposta a lei marcial e declarado um toque de recolher até novo aviso.
Mais de 200 pessoas, incluindo civis, foram mortas nos embates entre a polícia e os soldados rebeldes ao longo da noite. O Parlamento, o palácio presidencial e a sede da Organização da Inteligência Nacional (MIT) foram atingidos por helicópteros militares.
O governo turco conseguiu suprimir a tentativa de golpe e lançou uma repressão de larga escala por todo o país sobre a mídia, servidores públicos, juízes, promotores e professores, junto com os rebeldes dentro do exército.
Erdogan acusou o Hizmet de estar por detrás da tentativa de golpe e exigiu a extradição do erudito islâmico turco Fethullah Gulen dos EUA. Milhares de servidores públicos, juízes, promotores e jornalistas foram detidos pela polícia turca por supostamente terem ligações com o movimento Gulen.
Enquanto isso, Gulen recentemente lançou uma declaração condenando a tentativa de golpe militar fracassada na Turquia, chamando as alegações de seu envolvimento “ofensivas”. O movimento realiza atividades de caridade por todo o mundo, incluindo educação, distribuir ajuda humanitária e fornecer água potável especialmente em países africanos.
O movimento Gulen não é considerado como tendo influência sobre os militares turcos, que são conhecidos por suas raízes kemalistas que são contra o movimento Gulen. Os militares rebeldes que tentaram montar o golpe se denominaram como “Conselho da Paz em Casa”, em uma declaração que fizeram ser entregue à força através da emissora estatal TRT na noite de sexta-feira. O nome é uma referência a “Paz em casa, paz no mundo”, que é um famoso dito de Mustafa Kemal Ataturk, o fundador da República da Turquia.
Desde que uma investigação de corrupção eclodiu em 17 de dezembro de 2013, levando a renúncia de quatro ministros do Gabinete, Erdogan lançou uma caça às bruxas direcionada a donos de lojas, professores, membros do judiciário, jornalistas e policiais que são acusados de serem afiliados ao movimento Gulen, que também é conhecido como o movimento Hizmet. A investigação de corrupção envolveu o então Primeiro-Ministro Erdogan, membros de sua família e figuras importantes do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP).
Erdogan acusou o movimento Gulen de tramar a derrubada de seu governo e disse que simpatizantes do movimento dentro da polícia tinham fabricado o escândalo de corrupção. Desde então, centenas de policiais foram detidos e alguns presos por suposta atividade ilegal no decorrer da investigação de corrupção. Erdogan disse abertamente que realizaria uma “caça às bruxas” contra qualquer um com ligações com o movimento. O movimento Gulen rejeita fortemente as alegações levantadas contra ele.
Fonte: https://tr2w.com/article/coup-plotter-says-hang-me-if-you-want-but-im-not-a-gulenist