Jornalista deficiente visual detido por “insultar Erdogan”
Cuneyt Arat, um jornalista deficiente visual, foi solto depois de ter sido detido por pouco tempo em Adana pela polícia sob a suspeita de insultar o Presidente Recep Tayyip Erdogan na quarta-feira.
Arat foi detido por quatro policiais no começo da quarta-feira e interrogado sob a suspeita de “insultar” o Presidente Erdogan. Ele foi liberado imediatamente depois do interrogatório na Agência Contra Tráfico e Crime Organizado da Polícia.
“Enviaram quatro policiais para me deter. Você não contou a eles que eu era deficiente visual?” perguntou Arat a Erdogan em um post no Twitter após sua detenção.
“Contaram-me que eu era suspeito de insultar Erdogan até me levarem para a delegacia. Uma vez que estava lá, falaram-me que meu crime era fazer propaganda do [assim chamado] FETO (Organização Terrorista Fethullahista)”, disse Arat em outra postagem no Twitter.
Vários funcionários públicos, empresários, comerciantes e jornalistas foram detidos ou presos como parte de operações realizadas sob a suspeita de serem membros da assim chamada “Organização Terrorista Fethullahista/Estrutura de Estado Paralelo (FETO/PDY)”, que é usada pelo judiciário apoiado pelo governo para enquadrar simpatizantes do movimento Gulen.
Desde que uma investigação de corrupção veio à atenção pública em 17 de dezembro de 2013, aconteceram muitas operações policiais similares direcionadas a lojistas, professores, membros do judiciário, jornalistas e policiais que são acusados de serem afiliados ao movimento Gulen, que também é conhecido como movimento Hizmet. A investigação de corrupção envolveu o então Primeiro-Ministro Erdogan, membros de sua família e altas figuras do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP)
Erdogan acusou o movimento Gulen de tramar a derrubada de seu governo e disse que simpatizantes do movimento dentro da polícia tinham fabricado o escândalo de corrupção. Desde então, centenas de policiais foram detidos e alguns presos por alegadas atividades ilegais ao longo da investigação de corrupção. Erdogan disse que faria uma “caça-às-bruxas” contra qualquer um com ligações ao movimento. O movimento Gulen fortemente rejeita as alegações levantadas contra ele.
Tradução de: Renato José Lima Trevisan
Fonte: www.turkishminute.com