Estado de emergência do Erdogan foi um programa de “genocídio social” aponta pesquisa
O estado de emergência de dois anos da Turquia após o fracasso na tentativa de golpe de 2016 resultou em aumento da pobreza, fuga de cérebros e uma diminuição geral da religiosidade, de acordo com relatório anual divulgado nesta segunda-feira pela Sociedade de Justiça para Vítimas e pelo parlamento Ömer Faruk Gergerlioğlu.
O estado de emergência se transformou em um “programa de genocídio social” através da opressão de mais de 1,5 milhão de cidadãos da Turquia, o site de notícias Duvar citou o documento de 1.500 páginas com base nos testemunhos de mais de 3.000 vítimas de expurgo de toda a Turquia e do mundo.
Cinco dias após a tentativa de golpe de 15 de julho de 2016, o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) da Turquia declarou estado de emergência e começou a emitir decretos, que fez com que cerca de 80.000 pessoas fossem colocadas atrás das grades e mais de 150.000 demitidas de seus empregos no estado como parte de uma repressão contra supostos membros do movimento Hizmet.
Ancara acusa o grupo, inspirado nas palestras e livros do clérigo muçulmano Fethullah Gülen, auto-exilado nos EUA, de orquestrar o golpe fracassado, alegação que Gülen nega.
Comparado com os números do ano passado, houve um aumento no número de pessoas que se definem como fora do Islã, incluindo ateístas e agnósticos, segundo o relatório.
Depois que o estado de emergência entrou em vigor, cerca de 7.508 acadêmicos e 17.164 militares foram demitidos enquanto que nos Ministérios do Interior e da Saúde foram demitidos 43.648 e 7.755 funcionários, respectivamente, segundo o estudo.
As vítimas do decreto-lei da Turquia não só foram demitidas de seus empregos, mas também “impedidas de procurar emprego no setor privado e tiveram acesso negado a benefícios sociais”, disse Gergerlioğlu, legislador do Partido Democrata dos Povos Pró-Curdos, em entrevista coletiva nesta segunda-feira para compartilhar as conclusões do relatório.
Fonte: Turkey’s two-year state of emergency rule a ‘social genocide’ programme – report