Discurso de ódio na Turquia contra cristãos em ascensão diz pesquisa
Os cristãos na Turquia estão preocupados com o crescente discurso de ódio contra suas comunidades no país, informou o site de notícias Diken na quinta-feira, citando um relatório divulgado pela Associação de Igrejas Protestantes.
O “Relatório de Violações dos Direitos Humanos de 2018” afirmou que o aumento do discurso de ódio é uma reminiscência de 2007, quando três cristãos foram assassinados em uma editora em Malatya.
De acordo com o relatório, a recente onda de discursos de ódio foi provocada principalmente pelo caso do pastor americano Andrew Brunson, mantido em prisão preventiva por quase dois anos por espionagem e acusações relacionadas a terrorismo.
Muitas famílias cristãs tiveram que deixar a Turquia devido à intensificação de campanhas na mídia tradicional e social retratando os cristãos como sendo alinhados com grupos terroristas.
As publicações que pintam os cristãos como defensores do terrorismo sem provas e que visam indivíduos transmitindo suas fotos e divulgando seus nomes e empregos causaram grande preocupação entre as igrejas e seus membros.
O relatório afirma ainda que, em muitos desses casos, o direito constitucional de controvertir e refutar não foi permitido a ser exercido.
Anúncios em outdoors, cartazes, panfletos, artigos de notícias e programas de TV que contêm discursos de ódio contra as celebrações do Natal levaram a receios durante os dias de celebração.
“O silêncio observado por parte dos oficiais do governo em face de tais campanhas provocativas e odiosas causam profundo desapontamento entre a comunidade protestante”, disse o relatório.
As deportações, bem como as recusas de concessão de vistos e autorizações de residência a clérigos estrangeiros, também aumentaram, contribuindo para a fuga de famílias protestantes do país.
Um livro escolar do ensino fundamental descreve as atividades missionárias como uma ameaça à segurança nacional, embora o direito de disseminar a fé seja protegido por leis internacionais e não seja definido como um crime no código penal.
Problemas em relação ao estabelecimento de novos lugares cristãos de adoração e o uso de lugares existentes permanecem.
O relatório também observou que, embora o discurso de ódio tenha aumentado, os crimes de ódio contra os cristãos diminuíram visivelmente em 2018.