Turquia proíbe admissões de estudantes a 16 departamentos de língua francesa
Em meio às críticas turcas de uma recente declaração de figuras francesas proeminentes que pediram pela remoção de alguns versos do Alcorão, o Supremo Conselho de Educação (YÖK) anunciou na quinta-feira que deixaria de aceitar estudantes em 16 departamentos de língua francesa em várias universidades turcas, relatou o jornal Hürriyet.
De acordo com o relatório, existem 16 novos departamentos de língua francesa que deveriam aceitar alunos já em 2018.
Dezenove outros departamentos de língua francesa pelo país continuarão a operar.
A ação é baseada na reciprocidade, pois não existe um departamento de língua turca em universidades francesas, de acordo com o YOK.
A ação veio dias depois que o Presidente Recep Tayyip Erdogan criticou fortemente a proposta de 300 figuras francesas proeminentes para alguns versículos do Alcorão.
Em 21 de abril, 300 figuras francesas proeminentes, incluindo o ex-presidente Nicolas Sarkozy e o ex-primeiro-ministro Manuel Valls, publicaram um manifesto no jornal francês Le Parisien, argumentando que o Alcorão incita a violência e insistindo que “os versículos do Alcorão que pedem pelo assassinato e castigo de judeus, cristãos e não-crentes seja jogado para a obsolescência por autoridades religiosas” para que “nenhum crente possa se referir a um texto sagrado para cometer um crime.”
“Não vamos nos rebaixar até o nível dos críticos franceses do Islã atacando seus valores sagrados,” disse o presidente da Turquia na terça-feira.
“Me pergunto de eles já leram seu próprio livro sagrado, a Bíblia, ou a Torá [judaica], ou o Zabur [o livro sagrado revelado por Deus antes do Alcorão]. Se tivessem lido eles, acho que iriam querer que fossem proibidos. Mas eles não têm um problema desse tipo,” disse Erdogan.
Kemal Kilicdaroglu, líder da principal oposição da Turquia, o Partido Popular Republicano (CHP), também reagiu ao pedido das figuras francesas:
“Um grupo de figuras proeminentes, incluindo antigos políticos diz: ‘Alguns versículos precisam ser removidos do Alcorão pois estão desatualizados.’ São vocês que estão desatualizados, não o Alcorão.”
“Não há conflito, ódio ou violência no Islã, existe valor e paz. … Está óbvio que os que fizeram essa declaração não sabem o que o Islã é,” disse ele, recomendando que os autores e políticos franceses lessem o sermão final do Profeta Maomé: “considerado a primeira declaração dos direitos humanos.”
Fonte: www.turkishminute.com