Erdogan quer que EUA ignore sua própria lei
A grande barreira que o presidente turco Recep Tayyip Erdogan enfrenta são os princípios fundamentais da lei. Podemos resumir os comportamentos dele com a seguinte parábola: “A lei é semelhante a uma teia de aranha, os mosquitos menores ficam presos, os mosquitos maiores furam-na e passam”.
Erdogan muitas vezes furou essa teia que representa a lei na Turquia. Foi implantado o território da paz e da jurisdição penal que obedecem somente a ele próprio. Ele usou sua maioria forte no Parlamento e estabeleceu leis contra a própria Constituição da República. E as aplicou. Muitas vezes ele declarou em público que não reconhece a constituição do Supremo Tribunal e que não respeitaria as decisões da Suprema Corte. Depois do golpe frustrado de 15 de julho, alguns ministros da Suprema Corte foram afastados e destituídos. Assim, ele mostrou a todos que poderia esmagar a Constituição da Turquia.
Erdogan não reconhece as leis no seu próprio país e rejeita as leis de outros países também. Por exemplo: Fethullah Gülen [teólogo turco] reside nos Estados Unidos e o governo de Erdogan, para poder condenar Gülen, deseja que ele retorne à Turquia. Mas existe uma barreira, que se chama lei. Quando o pais exige comprovação oficial documentada para poder condená-lo, Erdogan se põe nervoso, com muita raiva e pergunta: “Por que vocês nos pedem documento? Não somos amigos?” O primeiro-ministro, Binali Yıldırım, confirmou a sentença do presidente Erdogan: “Se vocês desejam ser nossos amigos, quando forem requisitados por nós, devem agir sem considerar as leis. Se os Estados Unidos exigirem documentos que comprovem o envolvimento de Gülen na tentativa de golpe contra o governo turco, ficaremos decepcionados.”
Assim temos uma consideração importante, enquanto o golpe está sendo arranjado. Suleyman Soylu, um dos ministros do governo, proclamou :“Os Estados Unidos forjaram o golpe.” Os EUA negam. O embaixador norte-americano, John Bass, disse: “O governo dos Estados Unidos não planejou, não apoiou ou administrou esse golpe, nem antes mesmo dele começar ou até o presente momento em que teve começo. O governo dos Estados Unidos não teve nenhum envolvimento. E mais; as autoridades americanas ressaltam as provas claras que este golpe frustrado é um artifício usado pelo governo turco para a troca de sistema parlamentarista para presidencialista.”
De um lado temos o governo de Erdogan visando responsabilizar o governo norte-americano, que estaria por trás do golpe. Se os americanos extraditarem Gülen, fica comprovado que eles não têm quaisquer esponsais pela tentativa de golpe. Por outro lado, existe a avaliação norte-americana de que esse golpe fracassado foi planejado justamente para a mudança do regime de parlamentarista para o presidencialista. Foi exigido um documento jurídico para a extradição de Gülen. O governo de Erdogan afirmou que não há nenhum documento jurídico e insiste na extradição de Gülen e, para isso, se apoia na ajuda do governo norte-americano. Se este pedido não for aceito, o governo turco ameaça o fim da amizade com os americanos e sua saída da OTAN [Organização Militar do Atlântico Norte]. Isso significa se distanciar dos Estados Unidos e se aproximar de Rússia e Irã.
O confronto continua pela “linha da amizade” por Erdogan. E ainda ganha uma nova perspectiva pelas explicações do ministro da Justiça, Bekir Bozdag, e do ministro das Relações Exteriores do governo norte-americano, John Kerry. Segundo o acordo entre a Turquia e os EUA sobre extradições criminais, os partidos podem pedir detenção quando existe fuga de criminosos. Para efetivação desse pedido, não há exigência documental em primeira instância. Agora, o governo turco vai fazer um pedido de detenção de Gülen nos Estados Unidos, conforme acordo entre os dois países. O governo turco exige a detenção de Gülen.
Exatamente neste ponto reaparece a lei, que não tem significância para o governo de Erdogan. Nos Estados Unidos há leis que impedem esse tipo de detenção. Digamos que as barreiras da lei sejam ultrapassadas e Gülen fique detido. Então, o que vai acontecer? O governo de Erdogan deve apresentar as devidas provas dentro de 60 dias. Pessoalmente, Erdogan sabe muito bem que não existem provas para serem apresentadas. Então qual é o motivo da insistência, mesmo sabendo da impossibilidade do desfecho da detenção ?
A resposta é muito fácil. Ele começaria a fazer um grande trabalho dizendo que os Estados Unidos entenderam a verdade e prenderam Gülen. Erdogan se apresentaria como o grande líder que obrigou os Estados Unidos a lhe obedecer. Ele anseia demasiadamente que isto realmente aconteça.
Bayram Ozturk é jornalista.
“O que falar de um cadeirante ter de disputar espaço com os carros?”
Antoniel Benevides
Os corredores feitos pela Prefeitura de Goiânia deixam muito a desejar quando se trata de calçada ao pedestre. Veja o grande exemplo do corredor da T-63, que, no sentido Praça da Nova Suíça – Parque Anhanguera ou vice-versa — onde dizem que já está pronto: não se tem a mínima condição de um cadeirante ou pessoa com mobilidade reduzida mover-se pelo local.
Deveria ser o grande exemplo, pois se trata de uma região de grande fluxo. Então, creio que isso seja um grande absurdo aos olhos dos goianienses, e algo que faz com que as pessoas não acreditem na tal acessibilidade. O governo municipal deveria ter mais zelo pelas obras que são realizadas no município. O que falar de um cadeirante ou idoso ter de disputar com os carros o espaço de passagem no asfalto? Creiam, aqui em Goiânia isso acontece em vários lugares, inclusive onde a Prefeitura já considera como pronto o corredor de ônibus.
Quanto a Senador Canedo, a reportagem é correta ao diz que o bicicletário é bastante usado, sendo que quem gerencia o terminal deve, com urgência, fazer um plano para mais espaço para as bicicletas, para que o local não passe de “lotado” para “bagunçado”. [“Sem um plano para estruturar sua mobilidade, Goiânia tende a entrar em colapso”, Jornal Opção 2141]