PKK reivindica atentado contra a polícia na Turquia
O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) reivindicou nesta quinta-feira o atentado com carro-bomba contra uma delegacia de polícia em Midyat, cidade do sudeste de maioria curda da Turquia, que provocou seis mortes no dia anterior.
“Um ataque suicida foi cometido contra a sede da polícia estadual fascista em Midyat por um de nossos companheiros”, indica num comunicado a ala militar do movimento de independência curdo em guerra contra o governo central turco desde 1984.
O ataque ocorreu um dia depois de um atentado suicida com carro-bomba em Istambul contra um veículo de transporte da polícia, que causou a morte de 11 pessoas, incluindo seis policiais.
Esse atentado não foi reivindicado, mas o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, apontou o PKK como responsável.
Neste contexto de crescente tensão, o primeiro-ministro Binali Yildirim descartou qualquer diálogo com o PKK após esses dois ataques na Turquia, já alvo este ano de uma série de atentados ligados a extremistas islâmicos ou a retomada do conflito curdo que, no total, fez dezenas de mortos e afetou severamente o turismo, um setor-chave da economia.
‘Nada a discutir’
“Nos últimos dias, temos recebido informações da organização terrorista (PKK), direta ou indiretamente, dizendo: ‘Podemos negociar, podemos depor as armas, vamos conversar'”, declarou Yildirim na quarta-feira à noite em Ancara.
“Amigos, não há nada para se discutir”, acrescentou, citado pela agência de notícias Anatolia.
“Se vocês acham que podem intimidar o país, o povo com terror e medo, estão enganados: vocês nunca vão vencer”, disse Yildirim, que aderiu à linha-dura do presidente Erdogan contra os rebeldes curdos.
A imprensa turca, geralmente dividida, condenou em uníssono os ataques, com muitos jornais apontando que uma das vítimas de Midyat, uma policial, estava grávida de seis meses.
A agente, Serife Özden Kalmis, de 31 anos, era uma guarda-costas do ex-presidente turco Abdullah Gul, que expressou no Twitter a sua “grande tristeza” por sua morte.
O sudeste da Turquia vive ao ritmo dos combates diários entre as forças de segurança turcas e os rebeldes desde a retomada em 2015 das hostilidades, que marcou o fim das negociações de paz entre Ancara e o PKK para acabar com uma rebelião que já matou 40.000 pessoas desde 1984.
As operações realizadas pelo exército para neutralizar os militantes do PKK, que ergueram barricadas em várias cidades desta região de maioria curda e proclamaram uma “revolta urbana”, causaram a morte de dezenas de civis e o êxodo de dezenas de milhares.
Centenas de rebeldes foram mortos pelas forças de segurança, que também sofreram muitas perdas em suas fileiras.
Fonte: www.tudonumclick.com