Esclarecer o passado para reconciliar Turquia e Armênia no presente
“É uma questão de honestidade não deixar dúvidas sobre o fato de que aquele “grande crime” (como o chamam os armênios) não seja apenas um dos excessos cometidos com a guerra, mas um extermínio sistemático, um genocídio”. Assim o Presidente da Conferência Episcopal da Alemanha, Cardeal Reinhard Marx, avaliou o resultado da votação no Parlamento alemão na quinta-feira (02/06), que aprovou a resolução que define como “genocídio” a morte de mais de um milhão de armênios em 1915, por obra dos turco-otomanos.
É um dever com os descendentes deste povo – disse o Cardeal Marx em uma declaração – mas ajuda também os alemães que, “visto a sua história na primeira metade do século XX, são os que menos podem pensar-se como professores para outros povos”, tanto mais que “o Reich alemão, aliado dos Otomanos na I Guerra Mundial, tinha conhecimentos destes acontecimentos, mas não fez nada para influenciar o governo de Constantinopla”.
Foi uma “fria indiferença” que ainda hoje “é para nós alemães motivo de vergonha”, escreve o Cardeal no comunicado divulgado após a votação.
Olhar para trás, o passado “não deve ser nunca uma maneira para acertar velhas contas e acusar outras nações”, sublinha o Presidente da Conferência Episcopal alemã, parafraseando algumas palavras da resolução parlamentar. “Mas deve abrir um futuro de cooperação, olhando para além dos túmulos das culpas”.
“Neste espírito – conclui – a Alemanha torna-se disponível para um serviço de promoção ao diálogo, à cooperação e reconciliação entre Turquia e Armênia, “em amizade com ambos os povos”.
Fonte: br.radiovaticana.va