Parlamento alemão reconhece genocídio armênio
O Parlamento alemão aprovou nesta quinta-feira por ampla maioria uma resolução que reconhece o assassinato em massa de armênios por turcos otomanos durante a Primeira Guerra Mundial como um genocídio. A Turquia se opõe à medida, advertindo que sua aprovação poderia ferir os laços entre os países.
O momento é delicado, uma vez que a União Europeia (UE) precisa da Turquia para ajudar a conter o fluxo migratório sem precedentes para o continente.
Na votação, apenas um deputado votou contra e um se absteve, anunciou o presidente da Câmara baixa, Norbert Lammert.
Poucas horas antes da sessão, o primeiro-ministro turco disse que a votação seria um teste para a amizade entre Ancara e Berlim.
— O texto não quer dizer nada para nós (…) e representará um verdadeiro teste de amizade para os dois países — afirmou Binali Yildirim.
A resolução parlamentar, intitulada “Recordação e memória do genocídio dos armênios e de outras minorias cristãs há 101 anos”, foi apresentada pelas bancadas parlamentares da maioria — os conservadores da CDU/CSU e o SPD — e pelos Verdes (oposição).
O texto “deplora os atos cometidos pelo governo dos Jovens Turcos da época, que levou ao extermínio quase total dos armênios”.
Quando resoluções similares foram aprovadas em outros países, a Turquia reagiu com a convocação para consultas de seus embaixadores.
Os armênios consideram que 1,5 milhão de pessoas foram assassinadas de maneira sistemática ao final do Império Otomano. A Turquia, por sua vez, diz que o número é muito menor e rejeita o termo “genocídio”.
Muitos historiadores e mais de 20 países, entre eles França, Itália e Rússia, reconhecem o genocídio dos armênios.
A Turquia afirma que o que aconteceu foi uma guerra civil, ao que se adicionou a fome, na qual morreram de 300 mil a 500 mil armênios e outros tantos turcos quando as forças otomanas e a Rússia disputavam o controle de Anatólia.
Fonte: oglobo.globo.com/