Conferência humanitária da ONU na Turquia
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, abriu nesta segunda-feira a primeira Conferência Humanitária Mundial da história da organização pedindo mais vontade política aos líderes internacionais. Para ele, é hora de formar um novo futuro.
Ban explicou que propôs a realização do evento, quatro anos atrás, por causa do aumento das carências humanitárias em todo o mundo. Ele lembrou que o número de pessoas obrigadas a deixar suas casas é o maior desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Terremoto
A Conferência de dois dias está sendo realizada em Istambul, na Turquia. Ban participou da abertura ao lado do presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, dezenas de autoridades e de alguns artistas como a atriz Ashley Judd.
A embaixadora da Boa Vontade do Fundo da ONU para a População, Unfpa, lembrou ainda que 75% das pessoas afetadas por desastres naturais são meninas e mulheres, e citou os casos de tráfico sexual no Nepal depois do terremoto do ano passado.
Já o ator britânico Daniel Craig afirmou que o encontro era sobre o potencial criado para iniciar o maior movimento humanitário da história.
Craig chamou atenção dos líderes internacionais para a necessidade de ação. Segundo ele, potencial não é nada sem ações concretas.
Agenda para a Humanidade
Em seu discurso, o secretário-geral da ONU afirmou que o número de pessoas que precisam de ajuda para sobreviver é de 130 milhões.
Para Ban, o encontro em Istambul deve produzir o que chamou de “Agenda para a Humanidade”, um documento baseado em três anos de consultas populares com 23 mil pessoas em mais de 150 países.
A Conferência reúne mais de 65 chefes de Estado e governo e representantes do setor privado.
A ONU sugere cinco áreas de responsabilidade para vencer a crise humanitária: prevenção e fim de conflitos, respeito às leis de guerra, não deixar ninguém para trás, atuar de forma diferente para acabar com as crises humanitárias e o investimento na humanidade.
Esperança
Ban Ki-moon afirmou ainda que todos são parte de uma só humanidade com uma responsabilidade compartida.
Já o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse esperar que o encontro leve esperança a centenas de milhares de pessoas que sofrem para sobreviver sob grande aflição.
Erdogan finalizou lembrando que a dor não tem cor, raça, língua ou religião, prometendo jamais fechar as portas de seu país para quem precisa, e que ao mesmo tempo a Turquia não deixará de combater o que chamou de “ditadores sanguinários”, assegurando que os crimes contra a humanidade não ficarão impunes.
Acompanhe a Conferência Humanitária Mundial pelo site do evento e através da hashtag #WHS.
*Reportagem de Istambul das enviadas especiais a Istambul, Elena Vapnitchnaia e Reem Abaza.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.*