Detenção na fronteira
No último dia de nosso mergulho na Turquia, em 17/03, chegamos no limite da fronteira do país com a cidade de Kobani, na Síria, devastada pelo Estado Islâmico (EI). Quando chegamos, um tanque de guerra parou bem perto da van que nos levava – três colegas jornalistas e eu – e perguntou o que fazíamos ali. Nos deixaram ir, já que nossa intenção não era atravessar a fronteira.
Paramos a uns trinta metros de lá para falar com uma família que morava naquele distrito, de Mürsitpinar, para nos contar um pouco sobre como era viver tão próximo a tantos conflitos e como era observar a migração de moradores da Síria para a Turquia.
Quando saíamos dali, voltamos para perto da barreira militar porque avistamos sírios que estavam fazendo a travessia de volta, mudando novamente para Kobani, depois que ela foi libertada do EI.
Fomos novamente parados, mas dessa vez precisamos dar nossos passaportes e acompanhar os oficiais até uma quartel, que ficava próximo. Passamos cinco horas ali, até que conferissem nossa idoneidade. Não houve violência, nem intimidação, mas pudemos sentir na pele como é trabalhar em um país em conflito, recém-atingido por um ataque terrorista em sua capital (Ancara, em 13/03), com restrição de liberdades. Um salve aos colegas locais.
Fonte: www.portalimprensa.com.br