Colunistas turcos são sentenciados a prisão
Um tribunal de Istambul na quinta-feira passou sentenças de dois anos aos colunistas do jornal Cumhuriyet Ceyda Karan e Hikmet Çetinkaya sob acusações de “insultar os valores religiosos” e “incitar o ódio público” depois que ilustraram suas colunas com uma controversa caricatura do Profeta Mohammed publicada pelo jornal semanal satírico francês Charlie Hebdo no ano passado.
A filha do Presidente Recep Tayyip Erdogan, Sumeyye, seu filho, Bilal, e seu genro Berat Albayrak, que é o atual ministro das energias, foram os queixosos no caso contra os jornalistas.
O Cumhuriyet tinha publicado um encarte do Charlie Hebdo de quatro páginas traduzido para o turco, marcando a primeira edição do jornal semanal satírico francês desde o ataque a seus escritórios em Paris, por atiradores islamistas em janeiro de 2015 que matou 12 pessoas.
Karan e Çetinkaya passarão 16 meses na cadeia se suas condenações forem aprovadas pela Suprema Tribunal de Recurso porque a instância inferior não passou uma pena suspensa aos jornalistas na base de que não demonstraram remorso algum quanto ao que fizeram e que possuem o potencial de cometer a mesma ofensa novamente.
Fonte: www.turkishminute.com
Perseguição a jornalistas na Turquia
Mais de 50 editores de diferentes veículos internacionais tinham assinado uma carta aberta ao presidente turco Racep Tayyip Erdogan, para alertá-lo a respeito das violações que o país vem cometendo contra a imprensa.
“Nos últimos dois meses, os ataques e assédios a jornalistas têm aumentado num grau alarmante. (…) Neste clima de intimidação, há também a preocupação de um aumento da cultura da impunidade que serve para depravar os jornalistas das garantias de seguranças necessárias para que eles realizem seu trabalho; deixando-nos vulneráveis ao ‘bullying’ e até dano físico. A relutância do governo e, em alguns casos, a falha, em condenar ataques em jornalistas é um desenvolvimento alarmante”, diz um trecho da carta.