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Al-Sharaa diz que a Turquia interrompeu o ataque aos curdos sírios para negociações a pedido de seu governo

Al-Sharaa diz que a Turquia interrompeu o ataque aos curdos sírios para negociações a pedido de seu governo
fevereiro 10
18:42 2025

Ahmed al-Sharaa, o novo presidente da Síria, afirmou em uma entrevista à The Economist que seu governo convenceu a Turquia a adiar uma operação militar em larga escala contra as forças curdas no nordeste do país para possibilitar negociações, embora tenha expressado pouco otimismo quanto à concretização de um acordo.

Al-Sharaa, o ex-líder da ala síria da Al-Qaeda, assumiu a presidência em 29 de janeiro após o colapso do regime de Assad e agora enfrenta o desafio de consolidar o poder em um estado sírio fragmentado.

Em entrevista, al-Sharaa afirmou que todas as principais milícias, exceto as Forças Democráticas Sírias (SDF), lideradas pelos curdos, concordaram em se integrar a um novo exército nacional e descartaram a adoção de um sistema federal para os curdos, argumentando que essa proposta carece de apoio popular e poderia levar ao separatismo. Ele também mencionou que há uma oposição de maioria árabe à governança da SDF no nordeste.

Apesar das forças curdas demonstrarem disposição para se integrar ao estado sírio, as negociações continuam paralisadas.

— “Não com muito otimismo”, declarou al-Sharaa ao ser questionado sobre a possibilidade de um acordo. A Turquia, que enxerga a SDF como ligada ao proibido Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), havia se preparado para uma operação militar em grande escala, mas concordou em suspender a ação a pedido da Síria, conforme afirmou o presidente sírio.

NOVO: Al-Sharaa da Síria revela que Damasco solicitou à Turquia que parasse um ataque em larga escala contra a SDF para dar espaço às negociações.

 

Contudo, Al-Sharaa acrescenta que não está muito otimista quanto a um acordo com a SDF.

 

— The Economist pic.twitter.com/umVCVcx0su

 

— Ragıp Soylu (@ragipsoylu) 3 de fevereiro de 2025

 

Al-Sharaa assegurou às potências regionais que a Síria não serviria como plataforma para operações hostis contra seus vizinhos, especialmente a Turquia, e comprometeu-se a conter a influência do PKK. Ele tem compromisso na terça-feira para se reunir com o presidente turco Recep Tayyip Erdoğan em Ancara, em sua segunda viagem internacional após realizar sua primeira viagem como presidente à Arábia Saudita no último domingo.

A ascensão de al-Sharaa ao poder despertou atenção internacional, considerando seu passado como Abu Muhammad al-Jolani, o líder do Hayat Tahrir al-Sham (HTS). Embora ele tenha prometido reformas democráticas, uma nova constituição e eleições eventuais, muitos desses compromissos foram adiados para anos futuros. Seu governo interino é dominado por figuras de sua antiga base em Idlib, e ele tem enfrentado dificuldades para exercer controle sobre o vasto e dividido território sírio.

Al-Sharaa tem buscado apoio internacional para reconstruir a economia síria devastada, que enfrenta uma crise de liquidez e uma ampla destruição de sua infraestrutura. Embora tenha procurado investimentos de estados do Golfo, como Catar e Arábia Saudita, ele permanece crítico à presença militar dos EUA na Síria, qualificando-a de “ilegal”, e adotou uma postura firme contra Israel, alertando que os ganhos territoriais de Israel no pós-Assad “causarão muitos problemas no futuro.”

Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, negou as informações de que pretende retirar as tropas americanas da Síria, mas afirmou que uma decisão sobre o futuro delas será tomada. A mídia israelense reportou que sua administração vinculou uma possível retirada ao rapprochement entre a Turquia e Israel, que se deteriorou devido à guerra de Israel em Gaza.

A Turquia se opõe à presença dos EUA na Síria em razão do apoio de Washington à SDF. Recentemente, os EUA aumentaram sua presença militar na Síria para cerca de 2.000 soldados, alegando a necessidade de evitar um ressurgimento do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (ISIL) após a queda de Bashar al-Assad. As forças curdas alertam que uma retirada dos EUA as deixaria vulneráveis a ataques turcos e a ameaças do ISIL e de elementos pró-Turquia.

Apesar de se apresentar como um líder pragmático disposto a dialogar com o Ocidente, o governo de al-Sharaa continua amplamente isolado, com muitos observadores encarando sua transição de comandante jihadista a chefe de estado com ceticismo. Embora a Síria esteja experimentando uma relativa calmaria pela primeira vez desde a revolta de 2011, a capacidade de al-Sharaa de governar, implementar reformas e evitar novos conflitos permanece incerta.

Fonte: Al-Sharaa says Turkey halted attack on Syrian Kurds for negotiations at his government’s request – Turkish Minute

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