Erdoğan: Turquia ficará na Síria até acabar com terroristas
O presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, disse na quinta-feira que os aliados da Otan devem levar a sério as preocupações de segurança da Turquia, acrescentando que a Turquia continuará sua presença militar no norte da Síria até que a região seja liberada do que ele chamou de ameaças terroristas, informou o site de notícias Ahval.
“Os aliados devem levar a sério nossas preocupações com segurança, assim como levamos a sério as ameaças à aliança”, disse Erdoğan em uma coletiva em Londres realizada um dia após a cúpula dos líderes da Otan.
O presidente disse que compartilhou as preocupações da Turquia durante a cúpula e em reuniões bilaterais com líderes dos países membros da Otan.
Erdoğan se reuniu na terça-feira com os líderes da França, Alemanha e Grã-Bretanha, em meio a fortes críticas da União Européia após a incursão militar da Turquia no norte da Síria, lançada em 9 de outubro.
O presidente disse que declarou durante a reunião quadripartidária que a Turquia não deixaria a área entre as cidades sírias de Tel Abyad e Ras al Ayn, até que a paz fosse estabelecida, segundo o jornal Hürriyet.
Erdoğan disse que também admoestou os três líderes por apoiarem as Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG) na Síria, que a Turquia vê como uma ramificação do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Ancara planeja estabelecer uma zona segura de 32 quilômetros para dentro da fronteira, no norte da Síria, ao longo de um trecho de 120 quilômetros das áreas de fronteira que foram liberadas de unidades do YPG, e pretende reinstalar uma porção dos 3,6 milhões de refugiados sírios que vivem na Turquia.
Erdoğan disse que ele, o presidente francesa Emmanuelle Macron, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro-ministro britânico Boris Johnson concordaram em realizar cúpulas anuais de quatro vias, acrescentando que a próxima reunião será em Istambul em fevereiro de 2020.
“Infelizmente, a indiferença dos países em relação a essa questão continua”, disse Erdoğan quando questionado se os líderes europeus responderam aos pedidos da Turquia para arcar com o ônus financeiro de reinstalar os sírios. “Não mencionarei o nome, mas apenas um país falou: ‘Nós lhe daremos o apoio necessário'”, disse ele.